Navios militares dos EUA entraram sem autorização nas águas territoriais da China, comunicou o porta-voz do Ministério da Defesa chinesa, Wu Qian.
O Ministério da Defesa chinês qualificou as manobras dos navios norte-americanos como uma provocação, contrária às leis chinesas e às normas internacionais. Além disso, o ministério prometeu reforçar as medidas de segurança no mar e no ar, bem como proteger a soberania do país.
O Pentágono também comentou o incidente. De acordo com o seu porta-voz, tenente-coronel Christopher Logan, os navios dos EUA operam no mar do Sul da China no âmbito das leis sobre a livre navegação.
As ilhas Paracel são um arquipélago no mar do Sul da China situado a 230 quilômetros da China e 200 quilômetros do Vietnã. Desde 1974, a China estabeleceu seu controle sob o território, porém, o Vietnã e Taiwan continuam reivindicando seus direitos sobre as ilhas.
"Desde 1974, a China começou a estabelecer o controle sobre as ilhas [Paracel], mas elas continuam sendo um território disputado […] Porém, os EUA não reconhecem a jurisdição chinesa. Os norte-americanos, ao passarem a 12 milhas das ilhas, violaram a integridade territorial chinesa, segundo as leis chinesas. Os EUA não concordam com isso e afirmam que podem realizar suas manobras onde quiserem", explicou.
De acordo com o analista, trata-se uma situação explosiva.
"É um desafio para a China e um ato de insolência e desrespeito em relação a Pequim. Agora começarão acusações mútuas. Não gostaria que esse incidente se tornasse um confronto de grande escala já que a região está tão militarizada […] que basta uma faísca para desencadear um grande incêndio. Espero que os chineses demonstrem sensatez e não sucumbam às provocações dos norte-americanos", assinalou Andrei Golovatyuk.
Anteriormente, o Pentágono retirou o convite a militares chineses quanto à participação das manobras no Pacífico. O chanceler chinês, Wang Yi, após o encontro com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, qualificou este ato como "não construtivo".