As Filipinas entrarão em guerra para proteger seus direitos no mar do Sul da China, observou o secretário de Relações Exteriores das Filipinas, Alan Peter Cayetano, contradizendo parcialmente a política do presidente Rodrigo Duterte de evitar qualquer confronto com seu vizinho.
"Se alguém se apoderar dos recursos naturais no mar das Filipinas Ocidental [região nordeste do mar do Sul da China], ele [Duterte] irá para a guerra", declarou Cayetano na segunda-feira (28).
As linhas vermelhas de Manila aglomeram qualquer construção chinesa no Scarborough Shoal (área em disputa entre China, Taiwan e Filipinas) ou qualquer esforço para remover um degradado navio de guerra filipino — o BRP Sierra Madre. "Outra linha vermelha é que ninguém se apoderará de recursos naturais lá por conta própria", acrescentou Cayetano.
"Nossos soldados não devem ser importunados quando entregarem suprimentos ou quando repararem as pistas" na ilha Thitu — o maior dos territórios administrados das Filipinas na região disputada, acrescentou. No ano passado, a ilha se tornou cenário de um impasse entre navios chineses e filipinos, quando uma frota chinesa impediu que um departamento filipino de pesca e recursos aquáticos se aproximasse da área.
Depois de se tornar presidente há quase dois anos, Duterte tem se esforçado em busca de se aproximar e cooperar com a China. Em várias ocasiões, ele explicou abertamente que um conflito militar com o gigante asiático seria suicídio para as Filipinas.
"Se entrarmos em uma completa guerra, o que aconteceria com as Filipinas? Por que eu daria a vida de meus soldados e policiais em uma batalha que não posso vencer?", o presidente filipino contestou no início deste mês.
Em vez de um confronto, Duterte defende uma exploração conjunta dos recursos naturais com os chineses. "A China e as Filipinas devem continuar a tratar adequadamente a questão do mar do Sul da China e a explorar a cooperação na exploração conjunta e desenvolvimento em um momento apropriado, tornando este mar cooperativo e amistoso", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da China no mês passado, após a reunião do presidente das Filipinas com seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Pequim.