O presidente do país sul-americano, Juan Manuel Santos, reuniu-se nesta quinta-feira com o secretário geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em Bruxelas, para formalizar o status da Colômbia como o novo "parceiro global" da Aliança.
"Parece-me uma péssima notícia para os colombianos e para os habitantes do resto da região, que é uma área de paz livre de armas nucleares. Depois da incorporação, essa situação ficará em questão", disse Borón à Sputnik Mundo.
Ele acrescentou que a OTAN é chamada por alguns observadores internacionais de "maior organização criminosa terrorista do mundo", e que a medida coloca em risco as tropas colombianas para serem usadas como "bucha de canhão".
"Os soldados colombianos correm o risco de serem envolvidos em aventuras militares da OTAN, e não somente na Europa, sua área original de incumbência, mas em todo o mundo. Essa decisão não poderá trazer nada de bom para os povos desta parte do mundo", disse ele.
Borón explicou que, após o colapso da União Soviética em 1991, os chefes da OTAN asseguraram que a Rússia não seria assediada por seus exércitos. "Eles estavam mentindo, hoje o país eslavo está cercado por suas tropas, do Báltico ao sul da Europa, no leste do Mediterrâneo. É uma organização criminosa, cujo projeto é avançar militarmente para resolver qualquer conflito", acrescentou.
Segundo o cientista político argentino, há "razões bem fundadas" para pensar que uma Colômbia assessorada pela OTAN poderia se tornar um ponto estratégico para "uma intervenção armada" na República Bolivariana da Venezuela.
"Isso seria uma catástrofe gigantesca para um país como Venezuela, que tem mais de 2 mil quilômetros de fronteira com a Colômbia", concluiu.