"Se recordarmos o que era a Ucrânia em 1991 e o potencial que ela tinha — ela era equiparável por sua economia e número de empresas, e bem poderia concorrer, com um país tal como França", assegurou ele à Sputnik Mundo.
Além disso, a Ucrânia ultrapassava a França na produção de carvão em doze vezes (130 milhões de toneladas, 1º lugar na Europa), na produção de aço — em três vezes (56 milhões de toneladas, 1º lugar na Europa), na produção de minério de ferro — em treze vezes, e na de tratores — em quase seis vezes (106 mil unidades).
Para comparar, em 2017 Kiev produziu 34 milhões de toneladas de carvão e 21 milhões de toneladas de aço.
"Mas se a França era um Estado forte e continuou o sendo, a Ucrânia reduziu todo o seu poderio até índices que estão tendendo para o zero, tanto na indústria quanto em outros ramos da economia em geral", adiantou Leonkov.
Todas as empresas ucranianas, inclusive as de tecnologias de ponta, estão caminhando em direção ao simples fechamento, mais tarde ou mais cedo, assinalou.
"Pode-se enumerar um grande número de empresas que deixaram de existir, bem como as que estão à beira de extinção. O único indício de sua longevidade eram seus vínculos com a Rússia. Já nos anos 2013 e 2014, os laços começaram a ser cortados, e hoje em dia quase nada resta", disse.
"Por enquanto, as empresas ucranianas de tecnologias de ponta parecem ter perspectivas de encararem um futuro muito pouco invejável. Infelizmente, é essa a tendência que existe hoje em dia no país. Tudo isso indica que, a prazo médio, é bem possível que todas essas empresas deixem de existir", sublinhou o especialista.
Preço da opção pela Europa
Em opinião do analista, para entender como a União Europeia vê a Ucrânia no futuro, é preciso prestar atenção àquilo que se passou com os países do Leste europeu que acabaram por integrar a organização.
"Na época em que existia o bloco socialista, em cada um dos países que o integravam havia determinados ramos de produção. Alguns deles tiveram a sorte de mantê-los após o colapso do bloco, outros não", relembrou o interlocutor da Sputnik.
Por exemplo, a empresa tcheca Skoda continuou existindo, porém, foi comprada pelo consórcio alemão Volkswagen, sendo hoje em dia uma das suas marcas no segmento de preço baixo do mercado.
A mesma coisa aconteceu com os países do Báltico, que produziam seus próprios trens, carros e eletrônica. Agora, eles fazem parte da União Europeia e trabalham na área de serviços.
Para Leonkov, vários países da Europa do Leste são governados do exterior, e o mesmo destino pode aguardar a Ucrânia em um futuro próximo.
"Ninguém precisa de uma potência forte com uma economia desenvolvida", resumiu.