"Estamos profundamente preocupados com essa tensão. É óbvio que o uso de meios militares não pode levar à solução de problemas existentes entre as partes", disse o chefe da missão diplomática da Rússia em Ramallah.
"Devo dizer que Moscou fala de maneira absolutamente sincera e pública sobre a necessidade de uma rápida retomada do diálogo direto entre os palestinos e israelenses com base em decisões internacionais relevantes. Nesse sentido, nossa liderança convidou os líderes da Palestina e Israel [para realizar uma reunião na Rússia] para iniciar tal diálogo sem condições prévias. A proposta russa continua sobre a mesa", afirmou o diplomata.
De acordo com ele, a iniciativa dos EUA para resolver o conflito entre Israel e Palestina, em todo caso, tem que se basear nas decisões tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU e pela iniciativa de Paz Árabe para receber o apoio dos palestinos e da comunidade internacional.
"Se a iniciativa dos EUA finalmente aparecer e, ao mesmo tempo, se não for baseada nas decisões do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral, bem como na Iniciativa de Paz Árabe, ela não será adotada pelos palestinos, assim como por outros árabes. Esta iniciativa não vai encontrar o apoio da maior parte da comunidade internacional também", disse Aganin.
As tensões entre israelenses e palestinos aumentaram em meio à manifestação da Grande Marcha de Retorno. Grandes protestos palestinos começaram em Gaza em 30 de março e foram até o chamado Dia da Nakba, em 15 de maio. A data final marca o dia em que se comemora o 70º aniversário do êxodo palestino, que ocorreu como resultado da declaração de Independência de Israel, em 1948.
A repressão israelenses contra as manifestações veio de forma letal, e dezenas de palestinos foram mortos, incluindo crianças. Outros milhares ficaram feridos.