Em 1945, a China, como um dos países vencedores da Segunda Guerra Mundial, participou do estabelecimento das Nações Unidas.
Além disso, o país estava dilacerado por contradições internas que se transformaram em guerra civil. Em 1º de outubro de 1949 foi proclamada a República Popular da China sob o poder do Partido Comunista. O governo de Kuomintang, partido nacionalista e conservador chinês, após perder a guerra, foi retirado para Taiwan pelos norte-americanos e ali se fixou.
"O membro inicial da ONU foi a China, o antigo governo chinês, que logo se moveu para Taiwan", afirmou o diretor do Departamento de Relações Internacionais da Escola Superior de Economia, historiador Dr. Aleksandr Lukin, em entrevista ao RT.
Com este panorama, o novo governo sediado em Pequim não pensava em se render.
"Desde a década de 1950, Pequim tem seguido uma política de expansão sistemática do círculo de Estados dispostos a estabelecer relações diplomáticas e a apoiar a ideia da adesão da China à ONU", indicou ao canal RT Vasily Kashin, doutor em ciências políticas e professor da Universidade Estatal de Moscou.
De acordo com o especialista, Pequim gastava enormes esforços para alcançar a meta. "Apesar de seus próprios problemas econômicos, buscava recursos para ajudar países mais pobres da África e Ásia para obter reconhecimento e apoio internacional", explicou Kashin.
"Um ponto de inflexão importante chegou em 1971: nessa época, China já tinha uma base crítica de apoio internacional", agregou.
Em 26 de outubro de 1971 foi adotada a Resolução 2758 (XXVI) da Assembleia Geral da ONU "Restauração dos direitos legítimos da República Popular da China nas Nações Unidas". 76 membros da organização, incluindo a URSS, Índia, Reino Unido, França e a maioria dos países europeus votaram a favor, enquanto que 35 países, liderados pelos EUA, posicionaram-se contra.
O número de países que reconhecem a República Popular da China em Taiwan começou a diminuir repentinamente, já que Pequim assumiu uma postura drástica: quando alguém reconhece Taiwan como Estado soberano, a China rompe as relações diplomáticas com ele.
"Hoje, China é o segundo Estado mais poderoso do mundo e não é rentável não ter relações diplomáticas com ele [país]", finalizou Lukin.