Segundo estudo de especialistas tchecos, os homens que estão em relacionamentos permanentes fazem sexo com a mesma frequência que praticam masturbação.
A Sputnik Tcheca discutiu o tema com o sexologista e psiquiatra russo, Yevgeny Kulgavchuk, que comentou como o pornô afeta o comportamento sexual dos homens.
"Ao ver pornô, alguns homens desenvolvem complexos sexuais — desde duração do ato sexual até tamanho do pênis e frequência de orgasmos femininos. Em outros casos, promove a substituição de uma vida sexual real, pois a pornografia e masturbação facilmente sacia sua fome sexual como uma espécie de ‘fast food', fazendo com que os homens se tornem menos ativos em relação às mulheres", afirmou o sexólogo, acrescentando que cada vez mais casais jovens se queixam da falta de uma vida sexual e com dependência de pornô.
Segundo o especialista, o pornô em si não representa mal a ninguém, mas em grande quantidade pode causar problemas, fazendo referência ao vício em álcool.
"É evidente que ninguém morre de assistir pornografia, mesmo assim, isso se torna um problema quando é excessivo. Podemos fazer uma analogia ao vício em álcool. Alguns bebem socialmente, outros acabam virando alcoólatras", explicou Kulgavchuk.
"Consumo e troca [de cenários] constantes dificultam a concentração em uma coisa. Isso acaba se tornando uma espécie do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Mas a superabundância da oferta com o tempo causa uma desvalorização. Por isso, a imersão no mundo do pornô pode ser chamada de 'castração astuta' da população masculina", declarou o interlocutor da Sputnik.
Outro problema é a disponibilidade do pornô para adolescentes que, vendo este tipo de filmes, recebem imagens distorcidas do sexo. É importante, acredita o sexólogo, tomar quaisquer medidas para limitar o acesso de adolescentes e especialmente crianças à pornografia, por exemplo, definir o conteúdo da Internet com classificação de idade.
"Do ponto de vista técnico isso talvez seja difícil, no entanto, mesmo uma diminuição no risco percentual de consumo de conteúdo pornográfico já pode dar seus frutos para fortalecer a saúde sexual da população", concluiu o interlocutor.