Como Ucrânia arruinou sua chance de virar grande potência militar no espaço pós-soviético

© Sputnik / Assessoria de imprensa do presidente da Ucrânia / Acessar o banco de imagensTanque ucraniano T-64 durante a Parada militar em homenagem do Dia da Independência da Ucrânia (foto de arquivo)
Tanque ucraniano T-64 durante a Parada militar em homenagem do Dia da Independência da Ucrânia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Após a queda da União Soviética, o país herdou milhares de unidades de equipamento militar, desde fuzis de assalto até caças-bombardeiros. Mas, com o passar do tempo, esses armamentos se tornaram obsoletos, precisando de ser modernizados.

O colunista da Sputnik Nikolai Protopopov discutiu com analistas militares essas dificuldades sentidas pelo setor bélico da Ucrânia. Segundo o jornalista, as peças de reserva são essenciais para efetuar o conserto destes equipamentos.

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Já a manutenção ucraniana das armas soviéticas sem peças de reserva russas é algo impossível, explica Roman Gusarov, especialista em aviação e editor-chefe do portal Avia.ru.

"Seria muito mais fácil comprar novos equipamentos ou aeronaves russas, mas isso a Ucrânia não pode se permitir isso", diz.

Gusarov também acrescenta que a Ucrânia tem empresas capazes de produzir certos elementos, mas será impossível produzir peças tão complicadas como, por exemplo, motores de aeronaves. Por esta razão, grande parte do armamento ucraniano está ficando inoperacional, escreve Protopopov.

OTAN como solução do problema

Um dos últimos projetos de modernização que a Ucrânia está considerando é adaptar seus bombardeiros Su-24 aos padrões da OTAN.

Os caças-bombardeiros renovados serão chamados de Su-24MR e a maioria das mudanças estará relacionada com o equipamento radioeletrônico das aeronaves. De fato, espera-se que os "ex-bombardeiros" cumpram as funções de avião de reconhecimento.

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Apesar do entusiasmo dos construtores ucranianos, os peritos militares duvidam da possibilidade destes aviões poderem passar a ser parte do sistema da OTAN.

Um dos maiores obstáculos é a aprovação do projeto por parte da chefia da aliança, observa o piloto e doutor em ciências técnicas Vladimir Popov. Em particular, trata-se do sistema de identificação "amigo-inimigo".

"Ao proporcionar este sistema, a OTAN estaria revelando parte de seus segredos, pois esse sistema é muito importante para as forças de defesa antiaérea durante um conflito militar", diz.

O piloto russo vê nestas tentativas da Ucrânia de modernizar suas aeronaves de acordo com as exigências da OTAN uma manifestação de "sonhos sobre o futuro e de esperança de que, nos próximos cinco ou sete anos, o país possa chegar a fazer parte da aliança".

Por sua parte, Gusarov considera que as tentativas de se relacionar com a OTAN têm um caráter mais econômico. Os políticos ucranianos simplesmente tentam mostrar que ainda têm algum armamento que continua funcionando para que a OTAN lhes preste ajuda econômica destinada à sua modernização.

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O tema da modernização de equipamentos militares está vivendo um verdadeiro "boom" na Ucrânia, especialmente depois que começaram as operações militares em Donbass, escreve o colunista.

Alguns desses projetos resultaram relativamente bem, mas nunca viram a luz do dia. Assim, em 2017, foi apresentada uma versão modernizada do tanque soviético T-72A, que tinha um novo sistema de proteção dinâmica e equipamentos de visão noturna. Contudo, a produção em série nunca começou.

Ao mesmo tempo, se realizou a modernização dos tanques T-64BM Bulat, que foram considerados inaptos para o combate pelo seu peso excessivo, combinado com um motor pouco potente.

O mesmo destino esperava o veículo blindado de apoio Strazh (que toma como modelo o mesmo tanque T-64), e os blindados Azovets, Ovod e Varan. De fato, nenhum deles chegou a ser produzido em série. Segundo conclui o colunista, "não foi por falta de vontade, mas por falta de dinheiro".

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