A venda da produção do avião An-225 Mriya (Sonho), o maior avião no mundo com um único exemplar existente, à China em 2016 foi um sinal que a indústria de aviação ucraniana já não é capaz de realizar grandes projetos.
Entretanto, isso gerou esperanças que o projeto ganhasse um segundo fôlego e fosse construída a segunda unidade do An-225.
"Ele não foi projetado para transporte de cargas dentro ele. Sua estrutura se destinava para transportar cargas na parte externa sobre a fuselagem (como foi no caso da nave Buran)", explicou ele à Sputnik Mundo.
"Mas se os chineses tentarem o transformar em um avião para transporte de cargas, eles cometerão o mesmo erro que fez a empresa de projetos Antonov quando tentou reiniciar sua produção", acrescentou ele.
O An-225 pode ser completamente reequipado para transportar cargas superpesadas, mas isso exigirá uma avaliação técnica e econômica minuciosa.
Segundo o ex-diretor da Antonov, o segundo avião poderá ser produzido no futuro próximo, se houver dinheiro. Além disso, ele acrescentou que será difícil realizar esse projeto sem a participação da Rússia.
"Será muito difícil sem a participação da Rússia […] Na verdade, é possível fazer tudo o que quiserem, mas tudo depende do volume de financiamento. É mesmo possível construir um novo avião, que seja até melhor, mas isso custará não milhões, mas bilhões de dólares", explicou o especialista.
Leonkov sublinha que, ao assinar o acordo de associação com a UE, a Ucrânia começou a perder suas tecnologias, incluindo as da Antonov.
Por exemplo, todos os programas conjuntos da Antonov com a empresa Airbus levaram à criação do avião A-400 que foi, de fato, desenvolvido com ajuda dos especialistas ucranianos, mas a Ucrânia não ganhou praticamente nada com esse projeto.
"Hoje a Airbus apresenta essa tecnologia como sua própria, enquanto a Ucrânia não recebe quaisquer dividendos por sua participação do projeto. A Antonov esperava que a cooperação com a Airbus lhe trouxesse preferências e que ela pudesse participar a nível global", destacou ele.
Entretanto, Kiva desmente que a empresa ucraniana tenha participado desse projeto. "Isso é completamente falso. O Antonov Design Bureau não participou dessa cooperação. A empresa não teve nada a ver com isso', declarou ele.