O líder norte-coreano Kim Jong-un deve estar ciente da agenda "America First" de Trump e sua tendência a trair acordos quando eles falam sobre desnuclearização, Teerã advertiu.
"Washington continuou sabotando acordos internacionais e se retirando unilateralmente deles", disse Bahram Qassemi, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, referindo-se à abordagem mercurial de Trump "desde que ele assumiu o cargo".
Kim Jong-un deve permanecer "bastante vigilante", destacou Qassemi, notando a notória retirada de Trump do acordo nuclear com o Irã. Tendo aprendido da maneira mais difícil, o diplomata enfatizou que Teerã estava bastante "pessimista em relação aos comportamentos norte-americanos".
"Os EUA têm uma história de sabotagem, violação e retirada em relação a compromissos internacionais bilaterais e multilaterais", comentou o porta-voz.
O desrespeito de Trump pelo acordo de 2015 com o Irã, conhecido como Plano de Ação Compreensiva Conjunta (JCPOA), juntamente com sua retirada do acordo climático de Paris em 2015, e a atual guerra comercial fizeram com que a Alemanha, a Inglaterra e a França questionassem seriamente o vínculo transatlântico.
Depois de ter sua paciência testada, o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, questionou se a Europa pretendia continuar sendo "vassalos que obedecem a decisões tomadas pelos Estados Unidos".
Os líderes europeus ficaram surpresos com o golpe mais recente de Washington, quando os EUA impuseram tarifas sobre produtos de aço e alumínio provenientes da União Europeia (UE), México e Canadá, que entraram em vigor em 1º de junho. A UE prometeu retaliar.
A retirada mais recente de Trump ocorreu na cúpula do G7 em Quebec, onde ele decidiu não endossar o comunicado conjunto, enquanto atacava o anfitrião, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, por ser "muito desonesto e fraco".