China critica os EUA por 'nova embaixada de fato' de US$ 256 milhões em Taiwan

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Uma organização não-governamental (ONG), que há décadas é conhecida como a embaixada de fato dos Estados Unidos em Taiwan, abriu um novo escritório em Taipei. A medida foi condenada por Pequim como uma violação gritante de sua política de "uma só China".

O Instituto Americano de Taiwan (AIT), financiado pelos EUA, revelou sua nova sede na capital de Taiwan nesta terça-feira, em meio à crescente tensão entre os EUA e a China sobre o destino da disputada ilha.

O enorme complexo de US$ 256 milhões, completo com jardins chineses, ocupa 6,5 hectares e abrigará cerca de 500 funcionários americanos e locais. A instalação ostentosa substitui a antiga base militar da AIT — um prédio militar discreto que abrigou a organização por décadas.

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A fim de estabelecer relações diplomáticas com a China, Washington foi obrigada a reconhecer a política Uma Só China de Pequim, que não reconhece Taiwan como um Estado independente.

Como resultado, Washington cortou laços diplomáticos com Taipei em 1979, mas continua a agir como um aliado próximo e generoso fornecedor de armas para o país insular. Os Estados Unidos abriram a AIT pouco depois de encerrar laços formais com Taipei — uma solução diplomática que irritou Pequim.

"Os EUA que enviam autoridades a Taiwan sob qualquer pretexto violam seriamente o princípio 'Uma Só China'", disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, durante uma entrevista coletiva.

"Pedimos aos EUA que respeitem escrupulosamente suas promessas à China sobre a questão de Taiwan, corrijam suas ações erradas e evitem prejudicar as relações China-EUA, paz e estabilidade no Estreito de Taiwan", acrescentou.

O presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse que o novo complexo reafirmou a "relação vital" entre Washington e Taipei.

"A amizade entre Taiwan e os EUA nunca foi tão promissora. A grande história das relações Taiwan-EUA continua a ser preenchida com os esforços daqueles que um dia ocuparão este edifício", acrescentou Tsai.

O crescimento dos laços entre Taipei e Washington tem sido um constante ponto de preocupação para a China. No final de 2016, o então presidente eleito Donald Trump levantou as sobrancelhas em Pequim depois de uma breve conversa telefônica com Tsai, que repetidamente chamou Trump para parabenizá-lo por sua vitória presidencial — a primeira comunicação direta entre os EUA e os líderes taiwaneses desde 1979. Durante sua conversa de 10 minutos, Tsai supostamente instou Trump a ajudar Taiwan com "mais participação e contribuições em questões internacionais".

Pequim é extremamente desconfiada de Tsai, acreditando que a primeira mulher presidente de Taiwan busca independência formal para a ilha. Trump já prometeu honrar a política de Uma Só China, de Pequim, mas as recentes tentativas de Washington de se aproximar de Taiwan minaram a confiança de Pequim em sua promessa.

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Em março, Trump assinou o Ato de Viagem de Taiwan, que visa aumentar as viagens e visitas "em todos os níveis", incluindo funcionários do Estado e líderes empresariais, tanto nos EUA quanto no lado taiwanês. A lei foi condenada por Pequim como uma violação "grave" do princípio da China Única, bem como uma afronta aos comunicados conjuntos EUA-China.

Com Trump no comando, Washington bateu cabeça com Pequim em várias questões políticas, econômicas e militares. A disputa em curso sobre o Mar do Sul da China foi agravada pelo plano de Trump de impor tarifas sobre bens chineses de cerca de US$ 50 bilhões, em retaliação ao suposto roubo de segredos comerciais da China.

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