Há alguns anos, a palavra criptomoeda era usada apenas por alguns especialistas, mas a popularidade desta unidade de intercâmbio, especialmente a do bitcoin, tornou o tema destaque entre a opinião pública. Tanto que, você pode estar sendo vítima de seu crescimento sem querer.
"O tema das criptomoedas começa a ser colocada na boca de todos; fala-se o que é mineração e começam a comprar bitcoins e investir. Quando surge esta agitação, os cibercriminosos veem que há dinheiro e oportunidade para obter lucro", explicou à Sputnik Mundo Camilo Gutiérrez Amaya, chefe do Laboratório da ESET América Latina.
Porém, os hackers encontraram um modo de resolver este "obstáculo": roubar o poder dos processadores dos usuários desprevenidos que navegam pela Internet. Este esquema quebra a noção comum existente sobre ações maliciosas contra atividades financeiras on-line, segundo diz o analista. Não se trata apenas de um roubo de bitcoins de uma carteira eletrônica ou furto de informação financeira relacionada à criptomoeda.
"Existem ameaças deste tipo, mas não são tão comuns. O que vemos são códigos maliciosos que atingem o dispositivo do usuário, usando-o para minar criptomoedas. Não roubam informação do usuário, nem o espiam, apenas usam a capacidade computacional do usuário sem que ele saiba", sublinhou González Amaya.
Ao contrário de outros códigos maliciosos, estes não precisam ser baixados através de aplicativos como jogos e outros programas. Este tipo de ameaças informáticas consiste em "um atacante que penetra no dispositivo de um usuário e tenta roubar informações financeiras, comercial ou pessoal para logo vendê-la e assim obter um tipo de lucro econômico".
"É importante que as empresas e usuários se conscientizem e prevejam que os hackers o usem de maneira maliciosa. O sinal que isto pode estar passando é que ao entrar em uma página da web, o consumo de recursos do processador aumenta", detalhou o especialista.
Neste contexto, González Amaya também apontou para a necessidade de fazer com que os círculos latino-americanos de informática fiquem a par da questão, porque há muito foco nos temas de desenvolvimento de aplicativos, jogos e assuntos sobre infraestrutura e a segurança é deixada de lado, um aspecto-chave no auge da sociedade da informação.