Os resultados desta pesquisa são únicos, pois os dados obtidos podem ser usados para realizar diagnósticos não-invasivos desta função importante do cérebro, que pode sofrer danos com várias doenças neuro-psíquicas e epilépsia. Os resultados da pesquisa foram publicados na prestigiosa revista Nature Scientific Reports.
Encefalografia magnética é uma tecnologia inovadora que visualiza a atividade cerebral com alta resolução temporal e espacial. Ela permite registrar, sem contato, um campo magnético fraco, produzido por fontes de corrente elétrica neuronais. O método, que consiste da medição de campos magnéticos fracos gerados pela atividade síncrona de amplos grupos de neurônios, usa sensores supercondutores conhecidos pela sigla SQUID.
Os pesquisadores apresentavam aos voluntários certos estímulos visuais e aumentavam a sua velocidade — o que aumentava, por seu turno, a intensidade do fluxo visual — registrando a atividade gama cerebral de altas frequências.
As experiências demonstraram que o aumento do fluxo excitador externo primeiro aumenta a atividade gama, mas depois de atingir um nível crítico, fá-la diminuir.
Tal dependência não-linear da força de resposta do cérebro da intensidade do fluxo externo reflete a capacidade de neurônios inibitórios de suprimir a excitação crescente na rede neuronal.
"Pesquisamos os indicadores de atividade cerebral de um amplo grupo de crianças e adultos sãos e descobrimos que, apesar de alterações significantes de frequência e de força da atividade gama com a idade, a sua supressão reltiva com altas velocidades do fluxo ficava na mesma escala durante toda a vida humana", conta a pesquisadora-chefe do Centro de Estudos Neuro-Cognitivos Elena Orekhova.
A persistência deste indicador em pessoas sãs faz possível o seu uso para diagnóstico de controle da excitação em pessoas que sofrem de doenças neuro-psíquicas ou de epilépsia.
Na prática, este método não-invasivo e seguro poderá ser usado para realizar diagnósticos da regulação da excitação no cérebro de crianças e adultos com patologias do desenvolvimento psíquico e também para um monitoramento objetivo dos efeitos de novos remédios psíquicos.