“A intervenção federal parece se resumir a incursões em comunidades, cada vez maiores e caras (…) Precisamos de inteligência, medidas estruturantes, de integração das forças, de combate à corrupção e diálogo com a sociedade. A intervenção prometeu tudo isso. Mas está entregando operações, tiroteios e mais mortos em confrontos, inclusive policiais”, disse em nota a coordenadora do Observatório da Intervenção e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Sílvia Ramos, citada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O Observatório também destaca a falta de transparência sobre a ação coordenada de militares e policiais, sobretudo em favelas da cidade: de 77 pedidos de esclarecimentos baseados na Lei de Acesso à Informação, 37 foram indeferidos e os outros 40 ainda aguardam resposta.
O grupo também lembrou a ineficiência da intervenção em encontrar os assassinos e mandantes do homicídio cometido contra a vereadora do PSOL, Marielle Franco, morta em março.
O período analisado pelo Observatório coincide com uma declaração do ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann em março. À época, o ministro fixou em quatro meses o prazo médio para que a população visse resultados da medida determinada pelo presidente Michel Temer.
"Em conversas com o interventor Braga Netto, ele me dizia que, num espaço de até quatro meses, ele calcula, serão sentidas as mudanças pela população. Isso não quer dizer que terá passe de mágica", afirmou Jungmann na ocasião.