Anteriormente, o ministro russo de Energia, Aleksandr Novak, anunciou que Moscou e Riad concordaram em apoiar conjuntamente a ampliação do acordo OPEP+, destinado a conter a produção global de petróleo, bem como discutir os princípios para um maior quadro de cooperação entre a OPEP e os Estados não integrantes da organização.
Segundo os relatórios oficiais citados por Lekuh, Moscou e Riad pretendem "apoiar o petróleo e o gás natural como elementos-chave do balanço energético global".
"Isso significa que os esforços conciliados do cartel de petróleo da OPEP, regulados principalmente pelos sauditas, e do grupo de países produtores de petróleo independentes, liderados pela Rússia, comprovaram sua eficácia em termos de ações coordenadas nos mercados globais […] O mecanismo deste controle global está funcionando, não há razão para alterá-lo ou para se livrar dele, mesmo tendo as coisas finalmente se estabilizado", opinou o analista.
Ele observou que a Rússia e a Arábia Saudita pretendem oferecer aos outros países produtores de petróleo – incluindo Canadá, México, Cazaquistão e EUA – a oportunidade de se unirem ao acordo global de contenção da produção de petróleo.
Segundo explicou o especialista, a extensão pode fazer com que essa "organização poderosa, com um centro de coordenação mais formalizado", manipule o mercado com mais eficiência e afete os preços do petróleo e do gás natural.
Lekuh adicionou também que Moscou e Riad não se sentem bem com as especulações com o "petróleo em papel" nas bolsas de valores, e provavelmente os dois países passarão a abordar esta questão juntamente com outros países produtores de petróleo.
"Não está claro como isso será feito exatamente, visto que a Arábia Saudita e a Rússia, até agora, apenas 'concordaram em dar o próximo passo'. Mas o importante é que elas declararam sua vontade de 'aceitar a responsabilidade pela estabilidade dos mercados", ressaltou Lekuh.