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Brasileiros na Copa da Rússia comentam vídeos desrespeitosos de conterrâneos

© Sputnik / Yevgeny BiyatovTorcedores brasileiros antés do jogo Brasil - Costa-Rico em São Petersburgo, 22 de junho de 2018
Torcedores brasileiros antés do jogo Brasil - Costa-Rico em São Petersburgo, 22 de junho de 2018 - Sputnik Brasil
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A Copa do Mundo chegou e com ela atitudes desonrosas de alguns visitantes, dentre eles, brasileiros. Mas nem todos que desembarcaram na Rússia dividem atitude de alguns conterrâneos. A Sputnik Brasil saiu às ruas de São Petersburgo para conversar com brasileiros sobre a questão.

Alguns vídeos vêm surgindo nas redes sociais de brasileiros pedindo para que russos, desconhecedores do idioma português, repitam palavras chulas. Entre as gravações mais impactantes, duas se destacam e vêm dando o que falar entre a comunidade tanto brasileira como mundial.

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Em um dos vídeos, um grupo de brasileiros pede para uma russa, que está no meio deles, para repetir palavras sobre sua genitália. Em outro, um brasileiro chama dois russos menores de idade e pede a eles para repetir que são homossexuais e que querem manter relação sexual com Neymar Jr., atacante da Seleção Brasileira.

A atitude não vem sendo bem recebida, nem no Brasil nem em outros países, ganhando, assim, repercussão internacional. Vale destacar que os gritos machistas foram percebidos pela jurista russa Alyona Popova, que fez uma denúncia e escreveu petição contra os atos sofridos pelas russas. Alguns dos autores das barbaridades já chegaram a perder emprego no Brasil e outros estão em processo de investigação.

Mas nem todos os brasileiros, que desembarcaram na Rússia para vivenciar a Copa do Mundo, dividem atitude desonrosa de alguns conterrâneos e falaram com a Sputnik Brasil nas ruas de São Petersburgo sobre os casos.

Para Lucas Mello, estudante de relações internacionais, a situação é vergonhosa. Ele espera que, pelo menos, os autores dos vídeos peçam desculpas tanto aos russos como aos brasileiros, "pessoas que são tão animadas e que na Rússia são bem famosas por tratar bem outras pessoas".

Axl Rodrygo, também estudante de relações internacionais, espera que isso sirva de "apelo a todos os brasileiros que se comportem aqui na Rússia, a gente não está no nosso país e nem em nosso país esse tipo de comportamento deveria ser tolerado".

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O advogado Antonio Carlos Monteiro ressalta se tratar de caso isolado, "ao contrário, os brasileiros, em regra geral e principalmente na Rússia, vieram e têm se apaixonado pela população russa e pelo carinho que eles têm nos dado". Seu amigo Pedro Furtado Mendonça, também advogado, lamentou o acontecido, ressaltando que a atitude de seus conterrâneos é "vergonhosa e traumatizante".

A estudante Ana Luiza Campos contou que, ao ver o vídeo, pôs-se no lugar da russa, que foi induzida a repetir os gritos machistas, e não conteve seu descontentamento, ressaltando que parece que "a gente está retrocedendo". Já a jornalista Laís Galhardi não acredita ser certo "perseguir, ir ao trabalho e ameaçar" os autores dos vídeos por ser "uma hipocrisia, uma sociedade que não tem moral e que não é totalmente correta, julgar uma pessoa por um erro".

De acordo com a legislação russa, a propagação de insultos, acessíveis ao público, pode acarretar ao autor do desacato pagamento de multa, cumprimento de trabalho correcional ou até dois anos de prisão.

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