Identificado apenas como Sami A., o homem tunisiano mora na cidade de Bochum, no oeste da Alemanha. A polícia o deteve na segunda-feira, informou a mídia alemã, citando autoridades locais. A prisão ocorreu depois que o Escritório Federal Alemão para Migração e Refugiados (BAMF) suspendeu a proibição de sua deportação, disse um porta-voz das autoridades de Bochum.
Espera-se agora que as autoridades alemãs deportem o homem tunisiano para o seu país de origem. Os documentos necessários estão sendo preparados por um departamento local de vistos e registro, de acordo com o porta-voz. O homem foi preso.
A medida foi apoiada pelo ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, que recentemente adotou uma postura particularmente dura em relação à migração e ao asilo.
"O BAMF iniciou agora o procedimento de deportação contra o ex-guarda-costas de Osama bin Laden. Eu instrui o BAMF a tratar seu caso como um assunto de alta prioridade", declarou o ministro ao jornal alemão Bild, acrescentando que ele estaria "acompanhando de perto" este caso.
Sami A. chegou ao noticiário no final de abril, quando a mídia alemã informou que o homem, que teria sido suspeito de ser guarda-costas do líder do 11 de Setembro, Osama bin Laden, por vários meses, vive na Alemanha com benefícios sociais. Na verdade, ele mora em Bochum desde 1997 e recebe benefícios no valor de € 1.168 por mês para si, sua esposa e os três filhos.
A informação foi revelada ao público após uma pergunta feita ao governo regional em Bochum pelo partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Acontece que ele era conhecido pelas forças de segurança e autoridades alemãs. Durante um julgamento de terrorismo em 2005 na Alemanha, o juiz disse acreditar em depoimento de uma testemunha que sugeriu que Sami A. era o guarda-costas de bin Laden. Devido a temores de segurança, Sami A. foi obrigado a reportar diariamente à delegacia de polícia local, algo que ele faz todos os dias desde 2006.
Em 2015, um tribunal regional considerou-o culpado de apoiar a Al-Qaeda, informou a Deutsche Welle. De acordo com a decisão, o homem passou por treinamento de militantes em um campo no Afeganistão e depois serviu como guarda-costas de bin Laden. Sami A. negou todas as acusações, dizendo que estava recebendo educação religiosa no Paquistão.
Apesar disso, as autoridades alemãs até agora não conseguiram deportar o homem. Em 2017, um tribunal regional na cidade de Muenster determinou que o homem não poderia ser expulso, pois ele pode enfrentar "tortura" e "tratamento desumano" em seu país natal.
Enquanto isso, o semanário alemão Der Spiegel alegou em abril que o homem era um perigoso pregador radical. Também foi revelado que o ministério regional do interior o colocou em uma lista de pessoas que são potencialmente capazes de cometer um ato terrorista.
A decisão do BAMF de suspender a proibição da deportação do homem vem depois da decisão do Tribunal Constitucional alemão que ampliou o mandato das autoridades alemãs no campo. Em maio, o tribunal determinou que estrangeiros que representassem uma ameaça à segurança pública poderiam ser deportados mesmo para países onde poderiam enfrentar a pena de morte, embora, sob restrições específicas, revelou o jornal Berliner Morgenpost. A sentença de morte não é aplicada na Tunísia desde 1991.