A classificação é feita através da comparação entre a arrecadação e o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O país figura atrás de vizinhos como Argentina e Uruguai. Por que o Brasil é tão mal colocado nesse ranking? Quais são os principais desafios para que o país melhore sua situação?
Segundo João Elói Olenike, presidente executivo do IBPT, a situação não deve se alterar a curto nem médio prazo. Olenike afirma que a posição do país só melhoraria no caso do aumento do índice de desenvolvimento humano. Seria necessário "erradicar a pobreza, melhorar a alfabetização e a saúde", afirmou ele.
"Para fazer o ranking nós pegamos os 30 países com maior carga tributária do mundo, com o Brasil inserido entre este".
Essa já a oitava edição do ranking e o Brasil sempre foi o último colocado.
O cálculo do IBRT difere da metodologia da Receita Federal e considera alguns tipos de despesa como tributos. No total, alega o instituto, a carga tributária sobre a população no Brasil é de 34,3%.
A soma deve atingir este ano o valor de 2,3 trilhões de reais. Apesar da vultosa soma de recursos, eles não são retornados à população, alerta o presidente do instituto.
"A tributação no Brasil penaliza muito aqueles que ganham menos, porque a arrecadação se concentra no consumo. E no consumo a arrecadação é regressiva. Infelizmente, aqueles que ganham menos acabam, proporcionalmente, pagando mais", explicou o pesquisador.
"Deveríamos tributar mais patrimônio, mais renda, mais lucro, e muito menos o consumo", acrescentou.
IBRT afirma que a carga tributária em si não é o principal problema. O que deve ser analisado seria justamente a relação da carga com o retorno dos recursos para a sociedade.
"A carga tributária não tem uma importância muito grande. Tem países com carga tributária acima de 40%, mas lá não se fala em carga tributária. Porque lá o cidadão tem um retorno espetacular. Está tranquilo pelo resto da vida. Tem saúde, educação, moradia e transporte", afirmou João Elói Olenike.