Cansados com guerras dos EUA, alemães bloqueiam base aérea americana (FOTOS)

© AFP 2023 / MARTIN GOLDHAHN / DPAHelicóptero de ataque AH-64 Apache e um avião de transporte Galaxy C-5 estacionados na base aérea estadunidense de Ramstein, Alemanha
Helicóptero de ataque AH-64 Apache e um avião de transporte Galaxy C-5 estacionados na base aérea estadunidense de Ramstein, Alemanha - Sputnik Brasil
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Cerca de 2,5 mil pessoas se juntaram em frente da maior base norte-americana na Alemanha no final da semana passada em meio às informações que a Administração de Trump estaria considerando retirar sua forças do país europeu.

Apesar da presença da polícia e do forte calor de verão, o protesto de sábado (30) reuniu pessoas de todas as idades, incluindo idosos de até 80 anos que chegaram para expressar seu descontentamento com as operações militares dos EUA lançadas do território alemão, comunicou o correspondente da Sputnik Alemanha, Marcel Joppa.

Organizado pelo grupo civil "Parem a base aérea de Ramstein", o protesto contou com a presença de várias pessoas famosas, incluindo a líder do Partido de Esquerda do Bundestag (parlamento alemão), Sahra Wagenknecht.

© Sputnik / A. WernerManifestantes com cartazes criticando guerra de drones e consequências de operações militares ocidentais no exterior
Manifestantes com cartazes criticando guerra de drones e consequências de operações militares ocidentais no exterior  - Sputnik Brasil
Manifestantes com cartazes criticando guerra de drones e consequências de operações militares ocidentais no exterior

Discursando perante o público, Wagenknecht abordou a questão de "guerra de drones" que "apesar de não ser muito divulgada na mídia, continua ocorrendo".

"Ordens de matar são dadas apenas com o toque de um botão. São crimes ultrajantes! É inaceitável que sejam apoiados aqui, no território alemão", declarou a política alemã.

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Apontando ao fato que os bombardeamentos do Iraque e Afeganistão foram realizados do solo alemão, Wagenknecht afirmou que não deveria haver nenhuma região alemã onde não funcione a Constituição do país, que não permite guerras de agressão ou assassinatos extraterritoriais por drones.

"Há mais de mil bases militares dos EUA por todo o mundo e nenhuma destas existe para garantir a segurança daqueles países", acrescentou a política.

Exigindo que a Alemanha siga uma política externa mais independente, Wagenknecht criticou a chanceler Angela Merkel, acusando-a de ser submissa aos EUA.

Parente os manifestantes discursou também o ativista da paz e escritor Eugen Drewermann, lembrando que desde 2001 os EUA bombardearam sete países predominantemente muçulmanos.

"Estamos envolvidos nestas ações e somos parcialmente responsáveis. Finalmente devemos rejeitar esta política", disse Drewermann.

O ativista notou ao mesmo tempo que, infelizmente, a OTAN sempre viu a Rússia como um país inimigo. Porém, sublinhou que se os EUA possuem cerca de mil bases por todo o mundo, a Rússia tem apenas algumas.

© Sputnik / A. Werner Avião militar americano sobrevoando manifestantes durante protesto.
Avião militar americano sobrevoando manifestantes durante protesto.  - Sputnik Brasil
Avião militar americano sobrevoando manifestantes durante protesto.

Durante o discurso de Drewermann, dezenas de manifestantes se dirigiram à entrada da base aérea americana onde se sentaram no asfalto, bloqueando o tráfego. Logo depois, a polícia advertiu que o protesto seria desfeito e que os que resistissem seriam detidos. Em resposta, manifestantes começaram a cantar e gritar slogans.

Como resultado, cerca de uma dúzia de pessoas foram detidas, incluindo um casal idoso americano.

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Os protestos de sábado surgiram em meio a notícias indicando que o Pentágono estaria avaliando as consequências da retirada das forças americanas da Alemanha. Segundo a mídia, o suposto estudo foi iniciado depois de Donald Trump ter expressado surpresa ao saber o custo de manutenção de 35 mil tropas estadunidenses no país europeu.

Os Estados Unidos têm mantido a presença na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra Fria, a presença americana foi justificada pela necessidade de deter a União Soviética que tinha tropas deslocadas na Alemanha Oriental. Com o colapso da URSS em 1991, o resto do contingente soviético foi retirado da Alemanha em 1994, mas as bases dos EUA permaneceram, mesmo durante um período de relações sem precedentes entre Moscou e Washington nos anos 90 e a maior parte dos anos 2000.

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