O abrigo era um dos locais que recebia crianças separadas de seus pais pela política de "tolerância zero" adotada por Donald Trump. Entre abril e junho deste ano, os Estados Unidos resolveram acusar criminalmente quem tentasse entrar no país de maneira ilegal.
Com o processo, os pais eram separados dos seus filhos. A medida causou protestos e crítica nacional e internacional. Diante da repercussão, Trump recuou e a política foi revogada. Segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), quase 2.000 crianças imigrantes foram separadas à força de seus pais entre 19 de abril e 31 de maio por terem entrado de forma ilegal nos EUA.
O professor conta que precisou consolar uma criança brasileira que chorava porque entendeu, por causa de um erro de tradução, que sua mãe poderia estar morta.
"Essa organização está ganhando muito dinheiro. O CEO da organização tem um salário US$ 1,5 milhão por ano, que vem dos fundos públicos", diz Antar à Sputnik Brasil.
Segundo o jornal Az Central, a Southwest Key Programs, a ONG responsável pelo abrigo, recebeu US$ 458 milhões em 2018 do Governo Federal dos Estados Unidos para receber as crianças desacompanhadas.
"Eles [a organização] não veem as crianças como pessoas, veem como dinheiro. E com isso eu não poderia concordar", diz Antar, que deixou seu cargo na Southwest Key.