Cientistas explicam por que vida na Terra ainda não foi extinta

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Biólogos britânicos desvendaram o mecanismo através do qual a vida obteve a função de estabilizar o funcionamento de ecossistemas e do clima da Terra, o que contribuiu para se manter por mais de três bilhões de anos.

As conclusões foram divulgadas no jornal Trends in Ecology and Evolution.

"Descobrimos dois princípios simples que controlavam a evolução da vida até transformar a Terra em um sistema que pode se estabilizar por conta própria. Agora temos chance de encontrar a resposta para a pergunta principal – como e por que surgiram nossos antigos ancestrais?", disse Tim Lenton da Universidade de Exeter, Inglaterra.

Segundo cálculos astrofísicos, a Galáxia e o Universo como um todo devem estar repletos de vida. No entanto, quaisquer vestígios de alienígenas não foram encontrados até agora. Muitos pesquisadores acreditam que isso se deve ao fato de um rápido surgimento e desaparecimento de vida sem que o tempo seja suficientemente longo para deixar rastros significativos.

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Portanto, surge a pergunta – por que a vida na Terra não desapareceu em três bilhões de anos de existência? A primeira explicação desse paradoxo foi apresentada pelo famoso químico James Lovelock, ainda em 1972, no âmbito da chamada "hipótese de Gaia", propondo que o clima e as condições na Terra são diretamente integrados por seus habitantes, plantas e outros organismos vivos.

Esse conceito explica como a vida na Terra consegue ser mantida por tanto tempo, mas não responde à pergunta mais importante – como se formou esse sistema autossustentável e como surgiu a "simbiose" entre a vida e o planeta?

Lenton e seus colegas se dedicaram a encontrar a resposta para essas duas perguntas estudando a conexão entre a seleção natural, evolução e estabilidade das condições ambientais locais.

Segundo os cientistas, diversas "inovações" evolutivas podem ser úteis para a sobrevivência de um tipo de micróbio, animal ou planta. Mas também podem desestabilizar todo o ecossistema e levar seus habitantes à rápida extinção, privando-os de recursos disponíveis e de outras singularidades do ambiente.

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Um exemplo disso é o surgimento das primeiras cianobactérias que geraram a era do gelo advinda há cerca de um bilhão de anos como resultado de um brusco declínio do nível de dióxido de carbono na atmosfera. Esse evento praticamente zerou todo o desenvolvimento de vida de outras épocas históricas.

No entanto, se a evolução caminha a passos pequenos e lentos, a vida terá tempo suficiente para se adaptar a novas condições e mudanças relacionadas com "fatores externos". Esse papel pode ser exercido por erupções vulcânicas ou pelo aumento da atividade solar.

Segundo Lenton, essa "evolução estável" está intimamente integrada ao passo seguinte do desenvolvimento da vida – "seleção de sobrevivência". Na opinião dos autores, os organismos vivos que desestabilizam os ecossistemas desaparecerão mais rápido do que outros tipos de micróbios e plantas. A longo prazo isso levará à formação de uma Terra estável e autorreguladora na qual vivemos hoje.

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