Em maio, o novo presidente do país, o ex-jornalista Carlos Alvarado anunciou o plano de banir os combustíveis fósseis durante seu discurso de posse.
"A descarbonização é a grande tarefa de nossa geração e a Costa Rica deve ser um dos primeiros países do mundo a realizá-la, se não a primeira", disse Alvarado a uma multidão de apoiadores, segundo o jornal The Independent.
Segundo o pesquisador de energia costarriquenho da Universidade da Califórnia em Berkeley, José Daniel Lara, a eliminação completa dos combustíveis fósseis em apenas alguns anos — a meta do presidente — é improvável.
"Uma proposta como essa deve ser vista por seu valor retórico e não por sua precisão técnica", disse Lara ao Independent.
O presidente da Associação de Importadores de Veículos e Máquinas, Oscar Echeverría também observou que a obtenção rápida de 100% de transporte limpo será problemática porque a infraestrutura necessária ainda não existe.
"Se não houver infraestrutura anterior, competência, preços acessíveis e gerenciamento de resíduos, estaremos levando este processo ao fracasso. Precisamos ter cuidado", disse Echeverría.
A Costa Rica, no entanto, está dando um poderoso exemplo ao resto do mundo, independentemente de quanto tempo levará para se livrar da dependência de combustíveis fósseis. É o que avalia a especialista costariquenha em sustentabilidade e diretora da Costa Rica Limpia, Monica Araya. Ela defende a energia renovável e a popularização do transporte elétrico.
"Livrar-se dos combustíveis fósseis é uma grande ideia vinda de um pequeno país. Esta é uma ideia que está começando a ganhar apoio internacional com o surgimento de novas tecnologias", disse Araya.