Os rumores na mídia são suportados por vários fatores, opinou o analista Zachary Keck em seu artigo para a revista The National Interest.
Entre eles, segundo o autor, estão a revisão da estratégia da Força Aérea pelo Ministério da Defesa do país junto com a indústria de defesa britânica. Prevê-se que a estratégia seja divulgada até o fim de junho.
Como terceiro fator, Keck destacou que, no mês passado, a França e a Alemanha fizeram progressos no programa conjunto de desenvolvimento de um caça de sexta geração.
Enquanto Paris e Berlim não descartam a hipótese de participação britânica nas fases posteriores do projeto, a decisão dos dois países de lançar a iniciativa bilateral pode ter estado relacionada à saída de Londres da União Europeia, escreve o autor da matéria.
Tudo isso, segundo ele, teria motivado o Reino Unido a se concentrar em seus próprios projetos.
Até que ponto o potencial britânico é viável?
"É quase universalmente admitido que o Reino Unido não possui recursos para criar um avião [de nova geração] por conta própria", afirmou o analista, acrescentando que, além disso, o país pode atrair um ou mais parceiros após mostrar alguns progressos iniciais em seu projeto potencial.
A cooperação com a Alemanha e a França é possível, contudo, existe o risco de que as potências continentais possam dar as costas a Londres para a "punir" pelo Brexit. Além disso, Londres gostaria de ter novos aviões antes de Paris e Berlim planejarem seu "novo caça".
A Turquia e o Japão também podem atuar como possíveis parceiros, uma vez que Ancara já tem o projeto de caça TF-X em conjunto com a empresa aeroespacial britânica BAE Systems e o Japão já tinha discutido o projeto de aviões da próxima geração com o Reino Unido. Contudo, o projeto turco parou devido à questão da transferência de tecnologia, enquanto o Japão carece de experiência para criar aviões sofisticados, indica o analista.
A Suécia, Itália e os EUA também podem virar parceiros do potencial projeto do Reino Unido, dadas suas relações estáveis e sua potente indústria aeronáutica.
Afinal, quinta ou sexta geração?
O autor menciona algumas das características que poderiam estar presentes em um caça de sexta geração, nomeadamente as armas baseadas em energia, os mísseis hipersônicos ou um importante componente de inteligência artificial.
No entanto, um especialista citado por Zachary Keck não descarta que o novo avião possa representar uma versão muito mais acessível do que hoje em dia se chama de "quinta geração" e possui um elevado custo de fabricação, manutenção e operação.