México não vai interferir em crises na Venezuela e Nicarágua, diz futuro chanceler

© REUTERS / Carlos JassoMarcelo Ebrard
Marcelo Ebrard - Sputnik Brasil
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O México, que será liderado pelo presidente eleito de esquerda Andrés Manuel López Obrador, não intervirá nos assuntos internos de outras nações, como a Venezuela e a Nicarágua, afirmou nesta segunda-feira (9) o futuro ministro das Relações Exteriores do país.

O atual mandatário, Enrique Peña Nieto, assumiu a liderança nos esforços regionais para pressionar o presidente socialista venezuelano, Nicolás Maduro, a restaurar a democracia no país sul-americano, e tem trabalhado em estreita colaboração com os Estados Unidos para conter a migração da América Central para a América do Norte.

No entanto, o futuro ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, disse em uma entrevista de rádio nesta segunda-feira que o México adotaria agora uma política de não interferência para outras nações. López Obrador assumirá o cargo no primeiro dia de dezembro de 2018.

"O México seguirá uma respeitosa política externa de não-intervenção… e, no momento, não esperamos abandonar essa política", disse ele.

"Isso não significa que não estamos preocupados com a situação em um país ou outro, neste caso, a Venezuela. Vamos investigar e ver como podemos projetar, ou ajudar a contribuir, da melhor maneira."

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Ebrard acrescentou que a política também se aplica à Nicarágua, que registra confrontos entre o governo e manifestantes que deixaram centenas de pessoas mortas.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, estará no México na sexta-feira e irá se encontrar com López Obrador, disse Ebrard, em uma tentativa de construir uma relação de trabalho, que se tornou tensa pelos pedidos do presidente dos EUA, Donald Trump, por um muro na fronteira entre os dois países e ameaças de encerrar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio.

"O tratamento que recebemos do governo dos EUA tem sido terrível", disse Ebrard. "Mas precisamos encontrar quaisquer áreas de entendimento que possam existir."

Em maio, o Grupo de Lima divulgou uma declaração dizendo que não reconhece a legitimidade da eleição presidencial da Venezuela, que foi realizada em meio a críticas e denúncias de irregularidades.

O Grupo Lima é formado por Peru, Argentina, Brasil, México, Panamá, Paraguai, Santa Lúcia, Canadá, Colômbia, Honduras, Costa Rica e Guatemala.

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