Vários países europeus estão desenvolvendo caças de sexta geração. Empresas no Reino Unido, França e Alemanha trabalham em projetos denominados Future Combat Air System. A Sputnik Mundo falou com representantes dessas empresas e perguntou a um especialista por que a Europa está à procura de uma alternativa aos F-35 norte-americanos.
Inicialmente era um projeto único, desenvolvido pelo Reino Unido e a França, mas a decisão de Londres de abandonar a UE pôs em questão a cooperação militar entre os dois países.
'Projeto verdadeiramente europeu'
A Sputnik Mundo perguntou ao representante da empresa britânica BAE Systems, envolvida no projeto FCAS, sobre o futuro do novo caça.
Segundo ele, a empresa continua "cooperando ativamente com o Ministério da Defesa do Reino Unido e outras empresas de defesa na área de desenvolvimento de tecnologias aéreas de ponta". Além disso, a BAE Systems continua investindo em novas tecnologias para criar um "avião do futuro".
Além disso, o consórcio aeronáutico europeu Airbus, cuja sede se encontra na França, revelou que o primeiro voo do avião FCAS deve ser realizado em 2040, mas esses prazos podem ser adiados.
"Na presente fase, não foi concluído nenhum contrato, nem foi apresentado o roteiro do projeto, no entanto prevemos que este seja elaborado até o fim de 2018. Entretanto, estamos convencidos que esse projeto deve ser verdadeiramente europeu", disse o porta-voz da Airbus Defence and Space, Florian Taitsch.
Na mídia surgiu também a informação sobre a possível participação da Espanha no projeto Future Combat Air System. Representantes do Ministério da Defesa da Espanha revelaram à Sputnik Mundo que, na primavera de 2018, a França e Alemanha propuseram a Madrid tomar parte do projeto como "observador". Essa mesma informação foi confirmada à Sputnik pelo Airbus.
À procura de uma alternativa aos F-35 norte-americanos
O caça norte-americano de quinta geração F-35 foi anunciado como um projeto desenvolvido pelos EUA em cooperação com outros países (incluindo o Reino Unido), mas quem irá principalmente lucrar será a empresa estadunidense Lockheed Martin, explicou o editor-chefe adjunto da revista russa Arsenal Otechestva, Dmitry Drozdenko.
"Para a Europa, o desenvolvimento de seu próprio material bélico significa a restauração de sua indústria aeronáutica de alta tecnologia, e a transferência do centro dos lucros para a Europa. É uma questão de dinheiro", explicou Drozdenko.
Ele também não excluiu a participação de outros países europeus no desenvolvimento do novo caça, porque a redistribuição da produção poderia contribuir para o aumento do potencial tecnológico dos países da UE.