Um grupo de cientistas, liderado por Mackenzie Day, pesquisadora da Universidade de Washington em Seattle (EUA), acredita que o melhor local para encontrar evidências de que Marte abrigou vida microbiana corresponde às "dunas fantasmas" em sua superfície, segundo revela estudo publicado no dia 5 de junho pelo Journal of Geophysical Research.
De acordo com o estudo, centenas de "dunas fantasmas" de meia-lua, que cobrem a superfície do Planeta Vermelho, poderiam revelar a possibilidade de vida microbiana em Marte.
As "dunas fantasmas" são marcas deixadas por lava ou sedimentos que foram transportados por água, enterrados por areia e que conservaram seus contornos. Especialistas dizem que, embora o vento possa ter expulsado areia das partes superiores, é provável que os restos da base tenham sido preservados.
Um antigo sistema de dunas
Noctis Labyrinthus, "o labirinto da noite", é uma região de Marte entre Valles Marineris e o planalto de Tharsis. A região é conhecida por seu sistema de vales profundos e íngremes que se assemelham a um labirinto.
"Sabemos que as dunas da Terra podem suportar a vida e que as dunas da Terra são muito semelhantes às de Marte", afirma Day. Ao mesmo tempo, a pesquisadora acrescenta que a forma e o tamanho das dunas observadas mostram que algumas delas provêm de um "antigo sistema de dunas" e que foram formadas através de um clima diferente do atual.
O artigo conclui que, caso Marte tenha abrigado vida antes, o melhor lugar para encontrar evidências é precisamente nessas antigas dunas, que podem ter exercido a função de cavernas, protegendo, assim, a vida microbiana da radiação.