Na entrevista à Sputnik França, o diretor do Instituto dos Estudos Internacionais e Estratégicos (IRIS na sigla em francês), Pascal Boniface, comentou a situação.
Ele esclareceu que atualmente entre os europeus há dois pontos de vista sobre o problema. Alguns países, tais como a Polônia e os Estados bálticos, consideram a Rússia como ameaça à sua existência. Eles têm medo de que os EUA os abandonem. Outros países, como a França e, talvez, a Alemanha, opinam que não se deve ceder a esse tipo de chantagem, que as decisões devem ser tomadas a nível europeu e que, se se cumprir as decisões tomadas por Washington, tal pode afetar a independência dos países.
Por isso, estima, a França aceitou aumentar as suas despesas militares até 2% do PIB não para contentar Trump, mas para satisfazer as suas necessidades, referidas pelos próprios militares franceses. Boniface adicionou que o exército francês está presente em muitos territórios, por isso o aumento das despesas não significa que Paris siga a vontade dos norte-americanos.
Conforme as estatísticas do relatório publicado pelo Instituto de Estudos de Paz de Estocolmo, em 2017, os 29 países da OTAN gastaram com a defesa 900 bilhões de dólares (mais de três trilhões de reais), quer dizer, 52% das despesas mundiais para estes fins. Ao mesmo tempo, os gastos militares da Rússia em 2017 se reduziram em 20%, pela primeira vez em 20 anos, equivalendo a 66,3 bilhões de dólares (254 bilhões de reais).