A tutela de evidência é um instrumento do Novo Código de Processo Civil que permite a tomada antecipada de uma decisão quando fica provado que o réu abusa do seu direto de defesa ou utiliza mecanismos legais com propósitos de atrasar a sentença. A decisão do MBL foi motivada pela tentativa de habeas corpus da defesa do ex-presidente no último dia 8, em plantão do desembargador Rogério Favreto.
"A manutenção do Lula como pré-candidato tem causado enorme insegurança jurídica no país como um todo. Ele está captando recursos em doação de campanha antecipada, se colocando em situação similar até a estelionato porque a lei eleitoral é pragmática quanto a candidatos ficha-suja, caso do Lula, um bandido condenado que não pode se candidatar", alega Nunes Filho em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil.
Nunes Filho também criticou a atitude da equipe de advogados de Lula, a quem acusa de "pirotecnia processual com propósito midiático". "Produziram peça anti-ética que fere o dever de urbanidade e que (…) tinha como objetivo apenas nos atacar, em nenhum momento trouxe elementos jurídicos [para fundamentar a defesa]".
Para PT, MBL demonstra desespero
Contrapondo o posicionando de Rubens, o deputado federal pelo Paraná Enio Verri (PT) acusa o MBL de "desespero" e diz que o grupo representa "uma elite que não tem respaldo popular".
"O ex-presidente Lula hoje tem quase 30% [de intenção de voto], o que em votos válidos garantiriam com certeza a vitória dele no 1º turno. Como a elite não tem respaldo popular, não tem peso na sociedade a não ser entre os banqueiros e com o grande capital internacional, vai usar todas as artimanhas possíveis para dificultar a candidatura do ex-presidente Lula" contra-ataca o petista em conversa com a Sputnik.
Verri também revelou que está marcado para o dia 04/08, à partir das 9h em local a ser decidido em São Paulo, a oficialização da candidatura de Lula a presidente. De acordo com o congressista, o ex-presidente já deixou programas de TV gravados e o partido adianta a produção de "santinhos" para distribuição à partir do início da campanha oficial marcado para setembro.
Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Ele cumpre pena desde o dia 4 de abril na sede da Polícia Federal em Curitiba.