O Ministério da Defesa de Montenegro anunciou o envio de uma subunidade de infantaria e de um oficial de Estado-Maior ao contingente das Forças Armadas da Eslovênia sob o comando das Forças Armadas canadenses, que fazem parte do grupo de combate da OTAN, posicionado na Letônia. Essa decisão foi adotada em 12 de junho pelo Conselho de Defesa e Segurança de Montenegro com a participação do presidente do país, Milo Djukanovic.
Em entrevista à Sputnik Sérvia, o vice-presidente do Partido Democrático Sérvio de Montenegro, Matija Nikolic, recordou um incidente que ocorreu há dois anos. Durante uma reunião anti-OTAN, que se deu na cidade de Tivat, ele sugeriu que o epílogo de entrada do país na Aliança poderia ser o envio de tropas às fronteiras da Rússia fraternal, chocando o público com suas previsões, "como se eu tivesse dito algum absurdo incompreensível", explicou.
Nikolic assinalou que a decisão sobre o envio de soldados montenegrinos às fronteiras russas, bem como uma provável decisão de enviá-los a Kosovo para protegê-lo da Sérvia, é algo "vergonhoso, ilegítimo, inconstitucional" já que a maior parte da população do país não apoia essa decisão.
"A Rússia para nós é um país fraterno, e os russos são nossos irmãos. A Rússia sempre ajudou Montenegro, e este passo pode ser qualificado somente como hipocrisia e ingratidão", lamentou o político, acrescentando que a Rússia não atacou ninguém para merecer isso.
Nikolic acredita que a "ação hostil" de Podgorica envolverá Montenegro em um conflito com a Rússia e a OTAN, e as consequências podem ser imprevisíveis.
"Um problema é que nossas autoridades nos colocam em um lado errado, e outro é que rotulamos uma nação tão potente como um adversário", concluiu Matija Nikolic.