"Embora estes números pareçam baixos, representam ainda uma pequena parte do crescimento real do nível do mar — derretem-se tanto geleiras da superfície como massas de gelo da Groenlândia e da Antártida continental. Se as tendências continuarem, então o aumento do nível do mar começará a interferir de modo significativo na vida de países ilhéus e cidades costeiras", disse Nicholas Barrand da Universidade de Birmingham.
No entanto, nos últimos anos, o pensamento nessa questão vem apresentando mudanças, pois cientistas encontraram provas que indicam que não são os gelos do norte que desaparecerão primeiro, mas os da Antártida, aumentando o nível do mar catastroficamente.
As últimas observações da NASA e da Agência Espacial Europeia apontam para a candidata mais vulnerável a ser destruída — a plataforma de gelo Larsen C, que começou a se despedaçar ainda em 1995. Umas das últimas lascas da geleira, cujo território é comparado ao da Estônia, transformaram-se em um iceberg gigante em julho do ano passado.
Felizmente, o iceberg A-68, de três milhões de toneladas, que se separou de Larsen, permanece perto da costa da Antártida sem migrar para águas mais quentes do oceano Atlântico, diminuindo, assim, o processo de degelo.
A geleira Larsen e outras semelhantes representam uma espécie de rolha para fluxos de gelo, explica o autor do artigo, então seu possível desaparecimento pode vir acelerar a fuga de gelo ao mar e posterior derretimento.
Os cálculos dos cientistas acabaram sendo otimistas e assustadores ao mesmo tempo. Por um lado, se o iceberg A-68 e outras fragmentações de Larsen desaparecerem, o nível do mar aumentará apenas em 4 milímetros. Por outro lado, se outras geleiras derreterem, que ficam mais ao sul, as consequências seriam mais drásticas, pois esta geleira contém vários fluxos de gelo continentais.
Neste caso, o nível do mar crescerá até início do próximo século em ao menos 2,2 centímetros. isso já poderá afetar a vida de muitos países ilhéus nos oceanos Índico e Pacífico.