'Aliados' inesperados: por que petroleiras dos EUA são contra sanções à Rússia?

© REUTERS / Rick Wilking Poço de petróleo nas proximidades da cidade de Denver
Poço de petróleo nas proximidades da cidade de Denver - Sputnik Brasil
Nos siga no
Enquanto o Congresso dos EUA se prepara para impor novas sanções contra a Rússia, a indústria petrolífera do país intensifica sua campanha lobista para tentar evitá-las.

Os maiores oponentes das sanções contra a Rússia são os gigantes petrolíferos ExxonMobil, Shell e Chevron, que foram afetados pelas sanções, revelou a colunista da Sputnik Natalia Dembinskaya.

Embora as autoridades norte-americanas estimem que a Rússia perdeu três bilhões de dólares (R$ 11,2 bilhões) como consequência das medidas restritivas, a própria indústria norte-americana também sofreu perdas.

Barras de ouro - Sputnik Brasil
Venezuela confia à Turquia seu ouro: mais um passo para colapso do dólar
Os sinais de alarme provenientes das empresas produtoras de hidrocarbonetos nos EUA são ignorados pelo Congresso e essas empresas são obrigadas a desistir de seus projetos na Rússia, que acabam nas mãos de seus concorrentes de outros países, sublinha a autora.

Entre as mais afetadas está a ExxonMobil, informam os analistas do portal Oilprice.com. Já em 2015, apenas sete meses depois do início das sanções, a empresa perdeu quase um bilhão de dólares. Em 2018 a empresa teve de abandonar vários projetos conjuntos com a empresa petroleira russa Rosneft, o que custou à empresa norte-americana 200 milhões de dólares, informou a colunista.

A Rosneft, por sua vez, está disposta a apoiar o retorno da Exxon Mobil a esses projetos assim que for juridicamente possível, destacou a autora.

Departamento do Tesouro dos EUA em Washington - Sputnik Brasil
EUA adotarão sanções contra Rússia, China e Europa por importação de petróleo iraniano
Não é pela primeira vez que os gigantes petrolíferos dos EUA mostram sua preocupação pela imposição de novas sanções contra a Rússia. De acordo com a colunista, isso não é surpreendente. Os economistas russos preveem que a indústria petrolífera dos EUA venha a perder pelo menos 100 bilhões de dólares (R$ 374 bilhões) entre 2017 e 2020. Os especialistas norte-americanos parecem estar de acordo com essas previsões.

"As sanções terão consequências douradoras para muitas empresas e indústrias dos EUA. [As sanções] afetarão os interesses dos EUA e serão vantajosas para a Rússia", disse Jack Gerald, vice-diretor do Instituto Americano do Petróleo (API, na sigla em inglês).

De acordo com os dados da OPEP, em 2018 o volume do petróleo produzido na Rússia aumentará em comparação com os anos anteriores e a Agência Internacional de Energia afirma que a produção russa continuará crescendo até 2020, acrescentou Dembinskaya.

As sanções também não atingiram outro objetivo: limitar o acesso da Rússia às tecnologias de ponta no setor petrolífero, concluiu a autora. As empresas europeias, como a Eni e a Total, não desistiram dos seus projetos na Rússia.

Lindsey Graham - Sputnik Brasil
EUA adotarão sanções contra dívida soberana russa
Em 29 de janeiro, os EUA começaram a impor sanções com base na CAATSA, Lei de Contenção de Adversários da América Através de Sanções, contra as entidades e pessoas estrangeiras que realizam transações importantes ligadas ao setor da defesa ou à inteligência russa.

O Congresso dos EUA aprovou a CAATSA em julho de 2017 em resposta às acusações de que a Rússia teria tentado influir nas eleições presidenciais dos EUA de 2016. A Rússia negou todas as acusações de intervenção nas eleições e as qualifica de absurdas.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала