Maduro disse que a nova unidade monetária, o chamado bolívar soberano, entrará em circulação a partir de 20 de agosto como parte de um "programa de recuperação" para lidar com a crise econômica. Segundo ele, a reforma irá vincular a divisa nacional à criptomoeda petro, lançada pelo presidente venezuelano em fevereiro de 2018.
Dmitry Golubovsky, analista da empresa financeira Kalita-Finance, comentou essa situação em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
"O objetivo do lançamento de uma criptomoeda respaldada por petróleo foi atrair investimentos para realizar transações evitando as sanções norte-americanas", revelou ele, acrescentando, entretanto, que o petro é um ativo ilíquido e não se tornou popular entre os investidores estrangeiros.
Golubovsky afirma que a decisão de remover cinco zeros de sua moeda também não contribuirá para a recuperação econômica do país.
"O sistema monetário na Venezuela já está em colapso […] e nessas circunstâncias há apenas uma coisa que pode ajudar – a ligação da moeda nacional a uma moeda forte ou ao ouro, mas agora o dólar, de fato, desempenha o papel do ouro. Mas esse método funciona apenas quando a moeda nacional é livremente conversível", explicou ele.
Golubovsky sublinha que Venezuela deve criar reservas em dólares para garantir a troca de sua divisa nacional em dólares. Esse passo contribuirá para o aumento de confiança do seu povo na moeda venezuelana e levará à recuperação do sistema monetário do país e da economia em geral.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação na Venezuela chegará a 1.000.000% até ao final deste ano. A organização internacional compara a situação venezuelana com a da Alemanha logo após o fim da Primeira Guerra Mundial ou à do Zimbábue no fim dos anos 2010.