A Sputnik Internacional discutiu essa operação com os especialistas militares Amin Hteit e Vladimir Fitin.
Durante o conflito sírio, os membros dos Capacetes Brancos estiveram envolvidos nas "mais odiosas provocações" e a evacuação revela sua verdadeira natureza e hipocrisia, declarou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia na segunda-feira (23).
Segundo Hteit, os Capacetes Brancos realizaram a tarefa de criar um dado histórico informativo para justificar qualquer "agressão" dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha contra a Síria.
"O que estamos vendo agora é como o criador resgatou sua criação", disse.
"Digo assim, porque há várias evidências para isso. Primeiramente, o grupo foi criado pelo Reino Unido com o apoio dos EUA, depois seu treinamento aconteceu nos campos militares de Israel e, em seguida, enviados para a Síria. Além disso, seus supostos relatórios documentais foram filmados a pedido da inteligência britânica e americana. Eles estavam apoiando as operações em andamento contra a Síria em sua campanha de informação", conclui o ex-general.
Por sua vez, Vladimir Fitin, especialista russo do Instituto de Estudos Estratégicos, explica que os vídeos feitos pelos Capacetes Brancos foram criados mediante ordens e financiamento dos serviços de inteligência britânicos e norte-americanos.
"Agora eles estão sendo retirados da Síria com urgência para que não caiam nas mãos do Exército sírio que está avançando rapidamente", afirma Fitin.
Ele acrescentou que apenas uma parte dos membros dos Capacetes Brancos foi retirada, os demais continuam trabalhando nos territórios controlados por terroristas.
"É bem possível que eles lancem um novo vídeo provocativo", adverte o especialista.
Tel Aviv comentou as informações sobre a evacuação de militantes da Síria e seu suposto trabalho com as agências de inteligência israelenses, declarando que se trata de uma operação humanitária.
Os Capacetes Brancos proclamam agir como um grupo de resgate voluntário, mas são repetidamente acusados de trabalhar com jihadistas, tal como Frente al-Nusra, e de encenar vídeos falsos que posteriormente foram usados para acusar Damasco de ser responsável por ataques contra civis.
O grupo foi fundado na Turquia pelo ex-oficial do MI5, James Le Mesurier, e financiado por vários países ocidentais. Apesar de suas alegações de ajudar os cidadãos, o Ministério da Defesa da Rússia descobriu evidências contrárias e encontrou testemunhas sugerindo que um de seus últimos relatos de um suposto ataque químico em Douma era falso.