"Uma nova classe de singularidades (estado infinito de um parâmetro) torna o futuro do nosso Universo imprevisível e perigoso. Esta pesquisa indica que certas singularidades poderiam surgir de repente e praticamente a qualquer momento. Nem estrelas nem mesmo galáxias sobreviveriam a um desastre como esse", relatou à Sputnik Internacional o professor da BFU e coautor da pesquisa, Artyom Yurov.
Na virada do século XXI, a ciência espacial fez uma série de descobertas importantes, como a prova indireta da expansão inflacionária do Universo, matéria escura e energia escura, ondas de gravitação e muito mais. Em 1998, descobriu-se que o Universo estava se expandindo em ritmo acelerado.
Existem três hipóteses principais sobre energia escura. A primeira diz que a energia escura é uma constante cosmológica, ou seja, a densidade de energia invariável que é distribuída uniformemente pelo Universo. A segunda hipótese define a energia escura como uma quintessência ou um campo dinâmico cuja densidade de energia varia no espaço e no tempo. A terceira hipótese pressupõe que a energia escura é uma manifestação da gravidade modificada em distâncias que atingem a ordem da parte visível do Universo.
"O futuro do Universo depende de qual desses modelos é o verdadeiro. Se a segunda hipótese for a correta e a energia escura for realmente uma quintessência, então o futuro pode conter muitas surpresas inesperadas e desagradáveis. Particularmente, singularidades tendem a aparecer durante a expansão acelerada! Por exemplo, a pressão média da quintessência poderia de repente 'explodir'", alarmou Yurov.
O professor da Universidade de Cambridge, John Barrow, fez cálculos em 2004, mostrando que um evento catastrófico como esse seria possível. Um estudo matemático mais extenso permitiu que os físicos Sergei Odintsov, Shinichi Nojiri e Shinji Tsujikawa classificassem possíveis singularidades catastróficas.
"O modelo em questão é uma das centenas de hipóteses que modelam o nascimento e a morte do Universo. A equipe da BFU revisou corretamente um modelo com um potencial específico do campo escalar e mostrou que o fator de escala pode mudar drasticamente seu comportamento. Esta pesquisa é de grande interesse para os físicos. Devemos ter isso em mente para o futuro, porque obviamente isso não contradiz dados observacionais modernos", disse o professor e pesquisador espacial Sergei Rubin da Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear da Rússia (MEPhI).
Os cientistas da BFU dizem que esta pesquisa é apoiada pelo Programa 5-100 para o Aperfeiçoamento da Competitividade Internacional.