O Reino Unido e a Noruega combaterão a renovada ameaça das forças da Marinha russa compartilhando instalações para o novo avião de patrulhamento marítimo (MPA). O "aumento significativo da atividade submarina da Rússia" significa que as forças navais da OTAN estão em risco acrescido no Atlântico Norte e no mar Báltico, de acordo com o jornal The Telegraph.
O plano de compartilhar as instalações segue-se aos comentários de Gavin Williamson, secretário da Defesa, destacando que a atividade naval russa no Atlântico, "mostra um aumento de agressividade [e] um aumento da determinação da Rússia".
Ele ainda referiu que a Marinha Real Britânica interviu por 33 vezes quando navios militares russos se aproximaram das águas territoriais britânicas em 2017, comparando com apenas uma vez em 2010.
"A decisão tomada em 2010 de suprimir a frota de aviões de patrulhamento marítimo do Reino Unido foi subsequentemente revista depois das ações militares russas na Geórgia e Ucrânia", segundo Nick Childs, do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos.
A mudança no relacionamento com a Rússia refletiu-se programa de Revisão da Defesa em 2015, na qual a reposição da capacidade de patrulhamento marítimo teve uma prioridade significativa.
A formação em guerra antissubmarina tem sido preservada na Força Aérea Real britânica pela integração de pessoal nas Forças Armadas dos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Em 2015 foi tomada a decisão de reativar a capacidade britânica de patrulhamento marítimo.
Os submarinos são a parte mais poderosa da Marinha russa, afirma Nick Childs. A frota é composta por 60 a 70 navios e apenas meia-dúzia já causaria problemas para as forças navais da OTAN. A decisão de trabalhar em cooperação com as forças norueguesas é "um passo lógico quando se coloca em campo capacidades especializadas em pequenos números", afirma.
O P-8 é um avião de guerra antissubmarina e contra navios de superfície, de interdição de navegação, desempenhando um papel de inteligência eletrônica, porta torpedos, bombas de profundidade, mísseis antinavio, entre outras armas.
Os planos para operações conjuntas com a Noruega ganharam força em maio, quando Tone Skogen, secretária de Estado do Ministério da Defesa norueguês, foi recebida na base da Força Aérea Real, em Lossiemouth. "A Noruega e o Reino Unido são parceiros naturais porque compartilham valores, bem como a história e geografia. No futuro, podemos estreitar ainda mais a cooperação bilateral de defesa, relacionada com alto nível de capacidades, como o caça F-35 e o avião de patrulhamento marítimo P-8", disse ela.
Um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou: "O Reino Unido explorará com a Noruega as formas como em conjunto poderíamos fortalecer as capacidades de inteligência marítima e de guerra antissubmarina do avião patrulheiro P-8A, melhorando a segurança no Atlântico Norte."
Comentando tais declarações, o secretário de imprensa da Embaixada da Rússia afirmou que as autoridades britânicas estão intimidando seus cidadãos na tentativa de aumentar seu orçamento de defesa, ao invés de participar da discussão sobre as questões da segurança europeia.