O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu defendeu a lei, que diz que apenas os judeus têm o direito de autodeterminação no país e destitui o árabe do status de língua oficial. A medida foi justificada como necessária para defender o país diante da palestina e para garantir a autodeterminação judaica.
Os manifestantes que foram às ruas, na maioria árabes israelenses, carregaram bandeiras palestinas e seguraram cartazes que diziam "igualdade" em árabe e hebraico, conforme publicou a agência Reuters.
"A lei legitima o racismo", disse Laila al-Sana, 19 anos, de uma aldeia beduína no sul do deserto de Israel, no sul do país. "É muito importante mostrar que estamos aqui para resistir", disse ela.
Muitos dos cidadãos árabes de Israel também se identificam como palestinos. Eles representam cerca de um quinto dos 9 milhões de habitantes do Estado. A lei israelense concede a eles direitos iguais, mas muitos dizem que enfrentam discriminação e são tratados como cidadãos de segunda classe.
"Quando ouvi sobre a lei, senti que deveria defender minha cidade natal, nossa terra, a terra de meus ancestrais", disse Sheikha Dabbah, de 68 anos, à Reuters, durantes o protesto.
Em grande parte declarativa, a lei foi promulgada logo após o 70º aniversário do nascimento do estado de Israel.
"Tenho vergonha de que, depois de 70 anos, tenha que acentuar meu nacionalismo em vez de ser generoso com todos os que moram aqui", disse Gila Zamir, 58 anos, israelense judia da cidade árabe-judaica Haifa.
Netanyahu postou em sua página no Twitter um vídeo da manifestação de alguns manifestantes acenando a bandeira palestina e cantando: "Com espírito, com sangue nós iremos redimi-la, Palestina" e escreveu: "Não há melhor evidência da necessidade da lei nacional " Imagens de TV separadas mostraram algumas bandeiras israelenses sendo acenadas.
אין עדות טובה יותר לנחיצותו של חוק הלאום. אנו נמשיך להניף את דגל ישראל בגאון ולשיר את התקווה בגאווה גדולה 🇮🇱🇮🇱🇮🇱 pic.twitter.com/thVUDJ4PDh
— Benjamin Netanyahu (@netanyahu) 11 de agosto de 2018
Críticos disseram que a nova lei é antidemocrática porque cria diferenças entre cidadãos judeus e não-judeus. Seus defensores dizem que a igualdade civil é garantida na legislação existente.
Líderes árabes em Israel disseram que a lei beira o apartheid. Grupos de direitos e grupos judaicos na Diáspora se puseram contra a nova lei, assim como a União Europeia, o Egito e o próprio presidente de Israe, Reuven Rivlin.
Os drusos são membros da etnia árabe de uma minoria religiosa que é um desdobramento do islamismo que incorpora elementos de outras religiões.
Sua indignação com a lei teve mais ressonância em Israel, apesar de seu pequeno número, devido à sua reputação de leais apoiadores do Estado. Ao contrário da população árabe em geral, muitos drusos servem nas forças militares e de segurança de Israel.
Os líderes drusos expressaram um profundo sentimento de traição devido à implenmentação da lei, chamando a atenção de muitos israelenses. No entanto, os esforços de Netanyahu para apaziguar a comunidade drusa até agora falharam.