40 anos após os EUA terem conseguido se tornar uma força-chave na região e afastado a União Soviética do Oriente Médio, a Rússia está recuperando as posições perdidas. O processo de redução do envolvimento dos EUA nos processos políticos na região começou ainda durante a presidência de Barack Obama e com Donald Trump, atual presidente, só se consolidou. Se este processo continuar, a Rússia se tornará o ator principal na região, nota o autor do artigo.
Os aliados dos EUA na região têm cada vez mais dúvidas quanto à sua decisão de confiar totalmente a sua segurança aos norte-americanos. A revista ressalta que tal abordagem em muito é herança de Barack Obama. Por exemplo, no Egito, o fato de os EUA não terem apoiado o presidente egípcio Hosni Mubarak fez com que o país, que sempre foi uma pedra angular para Washington na região, passasse a cooperar de forma mais estreita com a Rússia, opina o autor.
A edição também aponta para as mudanças nos contatos entre a Arábia Saudita e os EUA. A fórmula que antes parecia inabalável — segurança em troca do petróleo — já não tem tanta importância nas relações de Riad e Washington. Além do mais, a visita do rei saudita à Rússia em 2017 permitiu alcançar acordos importantes sobre fornecimentos de sistemas antiaéreos S-400 e cooperação na esfera de energia atômica.
A The National Interest afirma que até o baluarte da OTAN na região, a Turquia, coopera cada vez mais estreitamente com a Rússia na esfera de fornecimentos de armas.
Entretanto, o autor conclui que o processo não é irreversível: as autoridades norte-americanas têm que elaborar uma estratégia clara em relação à Síria e ao Irã e manter as relações de aliados com Israel. Mesmo assim, considera que a Rússia pode reforçar as suas posições na região por muito tempo.