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Eleições 2018: infelizmente mulher não vota em mulher, diz especialista

© Nelson Jr./ASICS/TSEEleições Municipais 2016
Eleições Municipais 2016 - Sputnik Brasil
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Dados sobre o eleitorado brasileiro que vai às urnas em outubro revelam mudanças significativas em relação a eleições anteriores. O autor do estudo, o cientista político David Fleischer, explicou para Sputnik Brasil as implicações dessa nova situação.

A pesquisa constata: a idade do eleitorado  mudou. Hoje há mais pessoas acima de 60 anos (18,5 %). Os eleitores entre 16 e 24 anos são somente 15,6%. 

No entanto, segundo David Fleischer, que também é professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), ainda é cedo para dizer se essa mudança trará alterações no perfil ideológico.

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"As pesquisas de opinião mostram que temos uma faixa de eleitores que podemos chamar de alienados ou decepcionados. Que dizem que não vão votar, ou que vão votar em branco ou nulo. Então essa decepção com a política aumentou muito em 2018. Porque temos praticamente todos os dias nos jornais notícias sobre corrupção política e outros delitos, inclusive homicídios. O eleitorado fica muito decepcionado e acha que todo político é corrupto".

Um outro aspecto destacado pelo estudo é o aumento da participação feminina nas eleições, que passou de 51%, em 2014, para 53% em 2018. Esse fato, no entando, não deve refletir muito no resultado das eleições, afirmou o entrevistado pela Sputnik Brasil.

"Infelizmente para as mulheres, mulher não vota em mulher. Se mulher votasse em mulher, nós teríamos metade da Câmara dos Deputados e do Senado de mulheres. Infelizmente a tendência é de mulher votar em homem".

"O Brasil tem uma sociedade muito machista", explicou o especialista, que também apontou para um problema de estrutura política. 

"Nós temos menos candidatas mulheres. Não temos um sistema de cotas, como na Argentina, com lista fechada. Infelizmente o nosso sistema eleitoral é proporcional, com lista aberta. Então a tendência de 98% do eleitorado é o voto nominal, votar em um nome. Segundo a lei, os partidos precisam ter pelo menos 30% de mulheres nas listas. Muitas vezes, no entanto, muitos nomes são colocados só para constar".

Ouça a entrevista na íntegra:

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