Serão duas comissões do Parlasul que irão a Roraima: a de Direitos Humanos e a de Assuntos Internacionais. A visita de inspeção é motivada pela ocorrência do último 18 de agosto, quando um grupo de brasileiros, em represália a um assalto a um comerciante local, atacou acampamentos de refugiados em Pacaraima, na fronteira de Roraima com a Venezuela.
"Diante das últimas notícias, que tem se enfrentado lá uma verdadeira guerra entre brasileiros e venezuelanos, por conta da falta de infraestrutura que as cidades têm pra receber a quantidade de pessoas que está recebendo, eu provoquei na reunião desta segunda-feira, em Montevidéu, no Parlamento do Mercosul, que precisávamos ir ao estado para identificar os problemas e para que os estados que fazem parte do Mercosul, considerando que a Venezuela está suspensa temporariamente do Mercosul por não respeitar os direitos humanos, possam tomar providências e agir em relação aos nossos governos para que ali se tenha um mínimo de estrutura para receber os venezuelanos", destacou o deputado.
"Considerando que o Brasil, constitucionalmente falando, recebe os imigrantes de outros países e numa situação como essa, assinou acordos internacionais pra tratar esses imigrantes, que estão fugidos por uma questão política naquele país, com todo o carinho do mundo, e é isso que precisa ser feito", acrescentou.
Ao comentar a decisão do governo federal de reconduzir cerca de mil venezuelanos em outros estados, o deputado comenta que a medida é insuficiente.
"Mais de 50 mil venezuelanos estão no território de Roraima, uma parte foi destinada a outros estados, por exemplo, o estado de São Paulo, mas é muito pouco o que foi feito. O governo federal precisa de fato dar assistência a esse imigrantes venezuelanos, que estão no Brasil por falta de opção. No seu país falta tudo. Veja que venezuelanos atravessam a fronteira pra comprar bens de consumo de primeira necessidade, como arroz, feijão, alimentos, material de higiene pessoal, etc.", completa.