Há relatos de crescente receio entre os bancos ocidentais de represálias dos Estados Unidos por trabalharem com indivíduos e entidades russos específicos.
O banco congelou os fundos no segundo trimestre de 2018, segundo a Agência Reuters.
Em um comunicado, o Credit Suisse negou o congelamento de ativos russos, explicando que reclassificou ativos de alguns clientes russos. O banco disse também que trabalha com reguladores internacionais onde quer que faça negócios para garantir o cumprimento, incluindo sanções envolvendo a Rússia.
"Após as recentes sanções dos EUA e as restrições regulatórias dos EUA, o Credit Suisse reclassificou certos ativos impactados de Ativos Administrados para Ativos Custodiados", diz o comunicado enviado por e-mail à RT.
"Essa reclassificação não representa um congelamento dos ativos. Além disso, os clientes não sancionados não foram afetados pela reclassificação. Nem isso resultou em qualquer perda ou provisão financeira", acrescentou.
O Credit Suisse afirma que continua altamente comprometido com a Rússia e continua monitorando os desenvolvimentos.
O Credit Suisse, com sede em Zurique, possuía aeronaves entregues pelo magnata russo Oleg Deripaska antes das sanções, e também emprestara dinheiro ao empresário Viktor Vekselberg.
A Suíça tem sido um dos destinos para o dinheiro que deixa a Rússia. Segundo dados do Banco Central russo, cerca de US$ 6,2 bilhões, ou 14% do total das saídas transnacionais russas, foram para a Suíça em 2017.
Outros bancos suíços, incluindo UBS e Julius Baer, disseram à Reuters que também respeitavam as sanções internacionais. Os bancos, no entanto, recusaram-se a dizer se haviam realizado operações semelhantes de congelamento de ativos.
"O UBS implementa pelo menos no mundo as sanções atualmente impostas pela Suíça, a ONU, a União Europeia (UE) e os EUA", disse um porta-voz do banco.
Um porta-voz de Julius Baer disse que "coopera com os reguladores internacionais […] no campo dos regulamentos de sanções".
O medo entre os bancos se deve a possíveis penalidades enormes de Washington. Em 2014, o BNP Paribas da França concordou em pagar um valor recorde de US$ 8,9 bilhões por violar as sanções dos EUA contra o Sudão, Cuba e Irã.