No dia 20 de agosto, a empresa americana Stratolaunch divulgou que o primeiro voo de teste do maior avião na história da aviação civil seria realizado na primavera de 2018. Porém, a aeronave pode vir a ser usada para outras finalidades além da civil, comunica a revista Popular Mechanics.
O maior avião do mundo, dono de uma envergadura de 117 metros, é fruto do acordo entre duas figuras notórias: bilionário da Microsoft Paul Allen e o ícone da esfera aeroespacial Burt Rutan. A equipe encarregada pelo maior avião da história consiste em apenas 47 pessoas, que são chefiadas por Rutan e que esperam realizar primeiro voo oficial em 2020.
A ideia de lançar foguetes transportadores de satélites para evitar condições climáticas e de tráfego, que podem atrasar voo, é mais custosa do que nova. Por exemplo, o preço de lançamento de satélite de meia tonelada usando um foguete Pegasus de um avião Lockheed corresponde a uns US$ 40 milhões (R$ 165 milhões). Com concorrentes SpaceX e Blue Origin dando "descontos" de mais de 50%, Stratolaunch podem vir a enfrentar dificuldades para encontrar clientes. A revista Popular Mechanics especula que o maior avião do mundo possa ter ocultando projetos militares.
A revista citou um projeto do Departamento de Defesa americano de grande navio de perfuração de águas profundas para colher minério de manganês do leito oceânico. De fato, o projeto foi guardado a sete chaves por causa do seu tamanho gigantesco. O objetivo real do navio era resgatar um submarino soviético naufragado no oceano Pacífico. Os detalhes do projeto vieram à tona apenas em 2012, depois de várias solicitações do departamento.
As capacidades do avião Stratolaunch permitem que ele transporte e lance armas antissatélite sem aviso independentemente das condições meteorológicas. Além disso, segundo assinala o jornal Quartz, o Departamento de Defesa americano se mostrou disposto a pagar US$ 10 milhões (R$ 41 milhões) a qualquer empresa que conseguir lançar satélites em curto prazo, sendo este o objetivo principal da Stratolaunch. Porém, ela não conseguiria competir pela oferta, que se expira em 2019 — um ano antes do primeiro voo oficial.
Outra maneira de utilizar Stratolaunch para fins militares seria através de tecnologia de dupla utilização a bordo. Segundo o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis de 2006, a aeronave dos EUA possivelmente poderá despor de sistemas de navegação de dupla utilização que poderiam ser úteis para objetivos militares, por exemplo, em caso de ataque terrorista.