Além da realização de exercícios militares conjuntos, Pequim propôs não efetuar manobras com países estrangeiros sem notificação prévia aos outros países da região, informou a agência japonesa Kyodo com referência a fontes diplomáticas.
"Mesmo antes da realização dos primeiros exercícios navais conjuntos com os países da ASEAN, a China deixa claro que quer que essas manobras sejam regulares. Possivelmente, a última iniciativa chinesa também deve ser analisada no contexto dos esforços conjuntos da China e da ASEAN na criação do código de conduta do mar do Sul da China", disse à Sputnik China Andrei Karneev, do Instituto de Assuntos Asiáticos e Africanos da Universidade Estatal de Moscou.
O analista lembrou que, no início de agosto, representantes da China e dos países da ASEAN ajustaram o projeto desse documento durante um encontro em Singapura. Muitos observadores sublinharam que os EUA, levando a cabo patrulhas nas zonas disputadas, estão tentando agravar o conflito e criar dificuldades para a realização dos acordos sobre a estabilização da situação nesta região marítima. Deste ponto de vista, o fortalecimento da cooperação em segurança entre os países da região é um passo lógico para aumentar a confiança mútua. O aumento de transparência das atividades militares e, o que é mais importante, a eliminação da influência dos fatores externos tornarão a região mais segura.
"Do ponto de vista da garantia conjunta da estabilidade no mar do Sul da China através dos esforços da China e da ASEAN, a iniciativa da China é muito útil e positiva. Além disso, a realização regular de manobras militares no mar do Sul da China está de acordo com o código de conduta e com a lógica de cooperação entre a China e a ASEAN no campo da segurança", explicou ele.
Quanto à proposta de notificar sobre a realização das manobras conjuntas com os países que não pertencem à região, Ge Hongliang sublinhou que é de esperar se essa proposta seja incluída no projeto final do código. Além disso, atualmente a ASEAN não pode impedir abertamente a cooperação dos seus países membros com os Estados que não pertencem à associação. É por isso que a coordenação dos interesses das partes será difícil.
"Avaliando a situação em geral, é possível dizer que a possibilidade de os países membros da ASEAN apoiarem a proposta chinesa é muito alta, mas as partes não conseguirão evitar dificuldades durante as negociações", concluiu o especialista.