Teerã forneceu apoio político, financeiro e militar a Assad, já que ele luta contra uma revolta há sete anos.
Neste domingo, o ministro da Defesa iraniano, Amir Hatami, chegou à Síria e encontrou-se com seu colega sírio, Abdullah Ayoub, e depois com Assad.
"A Síria está em um momento muito, muito importante. Está passando pelo estágio crítico e está entrando no estágio muito importante da reconstrução", afirmou Hatami, em comentários feitos pela emissora estatal iraniana IRIB.
Ele disse que foi acordado com a Síria que o Irã teria "presença, participação e assistência" na reconstrução "e nenhum terceiro será influente nesta questão".
Desde sua erupção em 2011, a guerra da Síria custou aproximadamente US$ 388 bilhões (334 bilhões de euros), segundo a Comissão Econômica e Social da ONU para a Ásia Ocidental (ESCWA, na sigla em inglês).
Assad disse no mês passado que a reconstrução era sua "prioridade máxima" na Síria, onde mais de 350 mil pessoas foram mortas e milhões forçadas a fugir de suas casas.
As potências mundiais que há muito pediam sua saída do poder insistem que a ajuda para a reconstrução deve vir apenas com a transição política, mas a Rússia, uma aliada do governo Assad, está pressionando-as para fornecer apoio.
De acordo com comentários feitos pela mídia estatal, Assad disse a Hatami que Damasco e Teerã deveriam estabelecer "planos de cooperação de longo prazo". O ministro Ayoub também defendeu a relação especial dos dois países no domingo.
"As relações sírio-iranianas são um modelo para laços bilaterais entre nações independentes e soberanas", declarou Ayoub.
Os dois países têm fortes laços há anos. O Irã enviou forças militares para a Síria, mas insiste que elas são conselheiras, não combatentes. Milícias apoiadas pelo Irã, incluindo o poderoso movimento libanês Hezbollah, também apoiaram as tropas de Assad.
Com a ajuda deles e de aviões de guerra russos, Assad recapturou cerca de dois terços do país e agora está de olho na província de Idlib, no noroeste do país.
"Idlib voltará ao seio da nação, e todo o solo sírio será purificado do terrorismo, seja por meio de reconciliação ou operações terrestres", destacou Ayoub no domingo.
Ele também criticou os Estados Unidos, que estabeleceram bases militares na Síria para combater o grupo do Estado Islâmico.
"Os americanos estão procurando uma maneira de ficar a leste do rio Eufrates para garantir sua presença nesta região", ponderou Ayoub.
Os comentários vieram um dia depois que um diplomata americano, o embaixador William Roebuck, visitou o território em torno dessas bases e disse que os EUA estavam "preparados para permanecer" na Síria para derrotar o Daesh, mas também "focados" em derrubar o Irã.