Embora a ideia de desdolarização gradual do comércio russo esteja na pauta russa há muito tempo, até à data as informações sobre que empresas exatamente, especialmente privadas, evitariam o uso do dólar não eram muitas.
Em particular, a Alrosa já vendeu vários lotes de diamantes a compradores da China e da Índia em rublos e afirmou estrar pronta para continuar aplicando esta opção de pagamento no futuro.
Nornickel, o gigante metalúrgico russo, ainda não aceitou pagamentos em rublos, mas está investigando várias opções para passar a usar em pagamentos a moeda russa, escreveu a edição.
Estes passos das grandes empresas russas correspondem às recomendações do Banco Central russo e aos planos estratégicos de Moscou de reforçar as posições da moeda nacional a nível regional e internacional.
Os analistas entrevistados pela edição indicam que, além da Rússia, a China e a Índia vêm promovendo esta atitude e são os sócios de Moscou que mais avançaram na criação dos mecanismos necessários para evitar o uso do dólar.
Tampouco se nega que os argumentos a favor dessa iniciativa sejam políticos e não necessariamente econômicos, já que possuem vantagens e desvantagens para os exportadores.
Um especialista da empresa de análise russa Finam assinalou que hoje em dia é possível e é cómodo comerciar usando o euro ou o yuan. De acordo com ele, caso o governo russo pretenda tornar o rublo em uma moeda com maior presença no comércio internacional, a melhor receita seria "trabalhar para o aumento da contribuição da Rússia no PIB mundial, para que mais sócios estrangeiros tenham incentivos para comerciar em rublos".