Para ele, a Rússia segue uma estratégia de criar o caos na região do mar de Azov.
"Nós devemos entender que nestes portos trabalham até cinco milhares de pessoas que, em caso de perderem o emprego, podem organizar manifestações, ou seja, pode surgir hesitação social entre a população, e aqui o interesse [da Rússia] vai nessa direção", esclareceu Gaiduk ao canal ucraniano Espresso.
"Imaginem o que pode acontecer: a oriente de Mariupol está […] nosso agrupamento naval que cada dia tem combates com o inimigo, e a ocidente de Mariupol e na própria Mariupol têm lugar revoltas populares, porque as pessoas perdem o emprego, a possibilidade de sustentar as famílias e assim por diante", assinalou.
Esta não é a primeira acusação feita a Moscou por parte de militares ucranianos na reserva. Anteriormente, o ex-vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, Igor Romanenkov, declarou que a Rússia elaborou um plano para "conquistar" o Sul e Leste da Ucrânia. Especial receio, na sua opinião, incutem as lanchas russas posicionadas no mar de Azov e equipadas com mísseis de cruzeiro Kalibr.
Em resposta, os especialistas declaram que não há "sentido ou necessidade" de a Rússia realizar uma expansão militar, mas o objetivo de tais declarações é "aparecer na mídia com esperança de algum futuro político".
Anteriormente, o vice-ministro dos Assuntos dos Territórios Ocupados da Ucrânia, Georgy Tuka, comentou que Kiev não tinha "nada" para contrapor à Marinha russa no mar de Azov, por isso planejava pedir ao Conselho de Segurança da ONU ou à OTAN a realização de escoltas marítimas.