Segundo o analista, na sequência da introdução ativa de sanções e restrições comerciais, os EUA estão em guerra econômica com um em cada dez países do mundo, incluindo a Rússia, o Irã, a Venezuela, a China, a Coreia do Norte e outros. A população desses países supera dois bilhões de pessoas e seu PIB total é mais de 15 trilhões de dólares (R$ 62 trilhões).
Para resistir à pressão de Washington, os governos e empresários desses países já uniram forças para criar um sistema financeiro alternativo ao liderado pelo dólar. Se esse plano se tornar realidade, o domínio dos EUA no palco financeiro mundial será desafiado.
Além disso, um dos principais fatores da liderança econômica dos EUA é o estatuto único do dólar como moeda de reserva a nível mundial. De acordo com Gal Luft, o futuro da divisa norte-americana será determinado nos mercados mundiais de commodities, especialmente nos de petróleo, que é vendido em dólares.
Entre os opositores da política das sanções dos EUA estão muitos países exportadores de petróleo. Para eles, suas commodities não devem ser compradas e vendidas em dólares norte-americanos. Em particular, a China compra petróleo da Angola, gás da Rússia e carvão da Mongólia em yuanes, reduzindo, assim, as perdas com as operações cambiais. A Rússia, por sua vez, expressou seu desejo de realizar pagamentos em moedas nacionais com a Turquia, enquanto os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) planejam criar um sistema comercial sem a participação da moeda norte-americana.
"Qualquer tentativa bem-sucedida de separar o mercado de commodities do dólar terá consequências com efeito dominó não apenas para o sistema econômico global que conhecemos, mas também para a postura dos EUA nos outros países", concluiu o analista.