"Quando as pessoas estão ansiosas, quando existem incertezas econômicas, globais ou não, por conta da crise nas commodities nos últimos anos, ao dar uma resposta simplista e tocando nas emoções naturais das pessoas — e talvez olhando para uma liderança mais forte, firme — é uma combinação que é bastante poderosa", disse Zeid em uma entrevista coletiva.
Em entrevista para a Sputnik Brasil, o deputado federal e presidente do Partido Social Liberal (PSL), Victório Galli, criticou a fala do alto comissário de direitos humanos da ONU.
"Hoje quem está tendo direito é bandido, então a gente tem que dar direito e segurança para humanos direitos. Porque essa questão de direitos humanos está sendo aplicada para humanos ‘indireitos', essa é a grande verdade desse país", afirmou.
"A preocupação que o Alto Comissário da ONU é bastante significativa, correta e significa uma preocupação dele, já externalizada em outros momentos com movimentos conservadores e movimentos que colocam em risco direitos humanos em todo o mundo. Nos preocupa esses discursos ocorridos aqui no Brasil seja pelo candidato à Presidência da República ou por outros pleiteadores de mandatos aqui por várias razões", afirmou.
Vasconcelos foi além e disse que Bolsonaro erra ao propor "soluções simples para problemas complexos".
"[Bolsonaro] nos coloca uma imensa preocupação em discursos superficiais e em soluções simples para problemas altamente complexos. Denotam também uma incompreensão sobre o país e sobre como administrar os problemas reais de uma nação. Um discurso ralo, superficial, agressivo, intolerante que cultiva ódio na sociedade e não traz soluções para problemas reais", disse.
Zeid deixa o cargo no final desta semana e será subistituído pela ex-presidente chilena Michele Bachelet. Durante seu mandato, o jordaniano foi uma das principais vozes contra movimentos populistas ao redor do mundo. Se opôs a Trump e atacou de forma dura a repressão do governo de Nicolas Maduro, na Venezuela.
Bolsonaro chegou a declarar que se for eleito deixaria a Organização das Nações Unidas, mas depois voltou atrás e disse que apenas sairia do Conselho de Direitos Humanos da entidade. "Não serve para nada essa instituição", disse o candidato.