"Quando enviamos a sonda Galileo para Júpiter e a lançamos na atmosfera do planeta, nós entramos sem querer em um ‘deserto' peculiar onde não havia amoníaco nem água, fazendo com que pensássemos na inexistência dessas substâncias no planeta", contou Godon Bjoraker, especialista do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA.
Para ilustrar seu ponto de vista, o pesquisador propôs que imaginássemos alienígenas aterrissando no nosso planeta, mais especificamente no deserto de Mojave, localizado no sudoeste dos Estados Unidos — nesse caso imaginariam que não há água no planeta.
Enigmas do 5º planeta
No entanto, com o passar do tempo, astrônomos conseguiram elaborar aparelhos especiais capazes de entrar na atmosfera jupteriana, atingindo suas camadas baixas, onde foi encontrada uma grande quantidade de umidade e união de azoto e hidrogênio, bem como amoníaco.
Penetrado no oceano oculto
Recentemente, Godon Bjoraker e seus colegas provaram que a Grande Mancha Vermelha — um enorme anticiclone da atmosfera de Júpiter — é quase completamente composta por água. Isso, por sua vez, permite concluir que a massa principal de ar nele se move, não horizontalmente, como antes acreditado, mas verticalmente.
Por que essa descoberta é tão importante? Segundo explicam pesquisadores da NASA, essa descoberta permite supor que o núcleo do planeta tem uma estrutura rochosa. Esse enigma deve ser desvendado durante a próxima missão da sonda Juno que prevê aproximação da Grande Mancha Vermelha.