Na força-tarefa, seis procuradores estarão encarregados nas investigações. Criada a partir de demanda da sociedade civil, a ação terá um prazo de 18 meses para atuar.
"O Ministério Público Federal constatou que, de fato, existe uma série de problemas ambientais e socioambientais que se repetem por toda a Amazônia. E aí quando falo Amazônia falo da Amazônia legal, não apenas os estados da região Norte, mas também, por exemplo, no estado de Mato Grosso", contou, durante coletiva de imprensa, a coordenadora da força-tarefa, Ana Carolina Haliuc Bragança, do MPF de Amazonas.
Ela explica que os procuradores identificaram três linhas principais com as quais pretedem trabalhar devido à repetida presença dos temas na Amazônia. As linhas escolhidas foram o desmatamento, ligado à grilagem de terras públicas, a mineração ilegal e o tráfico de animais silvestres.
"São problemas tratados de maneira pulverizada pelas nossas unidades estaduais e pelas nossas procuradorias municipais. Diante desta constatação nós nos organizamos aqui, diversos colegas de diversos estados da Amazônia legal e solicitamos à nossa procuradora-geral da República que criasse uma força-tarefa que nos permitisse dar um tratamento uniformizado a esses problemas", enfatiza Ana Carolina Haliuc Bragança.
O objetivo da força-tarefa, conforme explica a coordenadora, é sanar o problema de desorganização nas ações, criando e aplicando uma metodologia comum para que haja um combate mais eficiente às questões elencadas. Em miúdos, cria uma força que vai para além das ações locais de forma a combater
"São áreas em que os ilícitos se repetem. Eles estão presentes no Amazonas, assim como estão no Pará, estão em Roraima, estão em Rondônia, estão no Acre, no Amapá. E nós como procuradores muitas vezes não conseguíamos nem conversar uns com os outros e desenvolver métodos que fossem mais eficientes para o combate a esses ilícitos", explica.
Violência contra as populações locais também é alvo da força-tarefa
Além de combater as três áreas escolhidas, a força-tarefa também tem foco em aliviar a violência sofrida pelas populações locais em consequência das ações ilícitas do crime organizado ambiental na Amazônia Legal.
A força-tarefa entendeu que as questões que irá combater são apenas o começo do problema e que caberia à ação dos procuradores também a promoção dos direitos das populações locais.
Entre as ações nesse sentido, os procuradores pretendem promover a regularização fundiária e o incentivo à geração de renda, de forma a retirar as populações locais da dependência financeira das atividades ilegais, explica a coordenadora.