Na segunda-feira (3), o presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko, apresentou à Suprema Rada (Parlamento da Ucrânia) um projeto de lei referente às emendas na constituição, baseado na lei fundamental que define o curso da Ucrânia na UE e OTAN. Ao mesmo tempo, Poroshenko propõe excluir da constituição a cláusula sobre a permanência da Frota do Mar Negro da Rússia.
"Há uma tendência na classe política ucraniana, ativamente alimentada pelos círculos dirigentes, que acreditam que essa 'agressão russa' seria impossível por várias razões: se a Ucrânia tivesse armas nucleares e se a Ucrânia fizesse parte da OTAN para garantir a sua retaguarda", disse Suzdaltsev.
Ao mesmo tempo, ele observou que as questões de uma solução militar pessoal para o problema de Donbass e da Crimeia não estão na agenda da liderança ucraniana, uma vez que o exército do país não está pronto para um confronto direto.
"Mas, naturalmente, eles acreditam que se houver uma base da OTAN, e não apenas uma, isso dará segurança e também ajudará a trazer tropas para Donbass, assim como garantirá sua retaguarda com mãos alheias. Esta era a ideia dos pacificadores, a fim de recuperar o controle de Donbass com suas mãos", salientou o especialista.
O cientista político, Igor Shatrov, comentou sobre essa situação durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
Em sua opinião, Kiev fará de tudo para instalar bases militares da OTAN em seu território.
"Parece que eles mesmos estão empurrando a OTAN ao seu território. Agora esta é a tarefa principal da Ucrânia: atrair de qualquer maneira […] soldados da OTAN para seu território, deixá-los lá e depois encarregá-los de resolver problemas com Donbass", disse.
Em janeiro de 2015, a Suprema Rada (Parlamento da Ucrânia) adotou uma declaração em que a Rússia é considerada "país agressor", uma vez que Kiev acredita que a Rússia interfere nos assuntos da Ucrânia, assim como está envolvida no conflito de Donbass. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia chamou essas declarações de "insinuações públicas sem fundamento". Moscou afirmou repetidamente que não faz parte do conflito interno da Ucrânia e não está envolvida nos eventos no sudeste. Seu único interesse é que Kiev consiga superar a crise política e econômica.